sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

ECONOMIA: De saída do cargo, Levy alerta que governo corre risco de andar para trás

FOLHA.COM
VALDO CRUZ
EDUARDO CUCOLO
DE BRASÍLIA

Alan Marques/Folhapress 
O ministro da Fazenda Joaquim Levy

Seguindo ritual acertado com a presidente da República para sua saída do cargo, o ministro Joaquim Levy (Fazenda) elogiou nesta sexta-feira (18) o empenho de Dilma Rousseff para aprovar mudanças na economia, mas disse que o país corre o risco de andar para trás se ela não continuar a promover reformas nos gastos públicos.
"Ficar parado é o mesmo que andar para trás, não podemos ficar parados, temos de continuar as reformas", afirmou Levy durante café da manhã com jornalistas, um dia depois de ter feito uma despedida de sua equipe durante reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional).
O recado de Levy ao Palácio do Planalto, num momento em que ele está deixando o cargo, tem como alvo a decisão de postergar o envio de reformas como a da Previdência ao Congresso Nacional. Na avaliação do ministro da Fazenda, que evitou confirmar sua decisão de deixar o governo, o governo não pode correr o risco de ficar fazendo "mais do mesmo".
Durante café da manhã com jornalistas, no qual foi questionado diversas vezes sobre deixar o governo, Levy não confirmou nem negou as notícias publicadas nos últimos dias. Em certo momento, respondeu que ele e a presidente "têm conversado" sobre o assunto.
"O ano legislativo se encerrou, e isso abre umas tantas alternativas. O meu objetivo não é criar nenhum tipo de constrangimento ao governo, mas é preciso ter clareza, quais as prioridades, e acho que qualquer caminho vai ser muito em função disso", afirmou o ministro ao ser questionado sobre sua saída.
Em referência à questão do impeachment, afirmou que a presidente está envolvida com questões de natureza não econômica que tiram dela "alguns graus de liberdade para tocar uma agenda mais intensa de reformas nesse momento".
O ministro recorreu ao futebol para dizer que, após o rebaixamento da nota de crédito do país por duas agências de risco, será necessário trabalhar para voltar a ser considerado um país com selo de bom pagador.
"Voltar para a primeira divisão dá um pouquinho de trabalho, mas a gente tem condições. Ficar parado nesse momento é andar para trás. A gente não pode ficar parado."

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