sexta-feira, 7 de agosto de 2015

POLÍTICA: 'Voto é a fonte da minha legitimidade e ninguém vai tirar essa legitimidade', diz Dilma

ESTADAO.COM.BR
LISANDRA PARAGUASSU, ENVIADA ESPECIAL A BOA VISTA, CARLA ARAÚJO E FRANCISCO CARLOS DE ASSIS - O ESTADO DE S. PAULO

Lembrando que já viveu e sofreu na época da ditadura, presidente disse que o Brasil hoje é uma democracia que respeita a eleição direta pelo voto popular

Boa Vista e São Paulo - A presidente Dilma Rousseff fez nesta sexta-feira, 7, em Boa Vista seu discurso mais duro até agora contra as ameaças de impeachment que rondam seu governo e cobrou do Congresso respeito à democracia. Ao entregar cerca de 700 casas do "Programa Minha Casa, Minha Vida", a presidente aproveitou a plateia favorável. "Este País é uma democracia e uma democracia respeita sobretudo uma coisa: respeita a eleição direta pelo voto popular. Eu respeito a democracia do meu País. Eu sei o que é viver numa ditadura por isso eu respeito a democracia e o voto. Podem ter certeza, eu honrarei o voto que me deram", afirmou. "A primeira característica de quem honra o voto é saber que ele é a fonte de minha legitimidade e ninguém vai tirar essa legitimidade que o voto me deu".
A presidente discursou por cerca de 30 minutos e, depois de falar longamente sobre os programas, deixou para o final a defesa de seu governo. "Temos de nos dedicar à estabilidade institucional, econômica e política do País. Eu sei que as pessoas estão sofrendo. Por isso eu me comprometo a trabalhar diuturnamente. Essa é minha obrigação", disse. 
"Eu vou contribuir e me esforçar pela estabilidade. Em uma democracia devemos ter respeito entre os Poderes. Vou trabalhar incansavelmente para assegurar a estabilidade política do nosso País. Me dedicarei com grande empenho nos próximos meses e anos do meu mandato", declarou a presidente. Dilma voltou a dizer que sabe "aguentar pressão e ameaças" e que passou por momentos difíceis na vida, mas ressaltou que atualmente o Brasil é muito diferente, por ser uma democracia.
A manifestação da presidente ocorre um dia após líderes da bancada do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio, e no Senado, Cássio Cunha Lima, saírem em defesa de novas eleições e pedir à população que for às ruas no dia 16 para abandonar a bandeira do impeachment e defender a realização de um novo pleito. O vice-presidente do partido, Alberto Goldman, disse no mesmo dia que as falas eram "especulações individuais" dos parlamentares e afirmou que o PSDB ainda não tem posição definida sobre o tema.

A Presidenta Dilma Rousseff durante cerimônia de entrega de 747 unidades habitacionais do Programa Minha Casa Minha Vida em Boa Vista (RR) 

Dilma reconheceu mais uma vez as dificuldades econômicas, mas defendeu que hoje o País é "muito mais forte e mais robusto". "Antes, quando o Brasil tinha qualquer problema, interno ou externo, tinha dificuldade de pagar suas contas externas. Não tinha dólar. Hoje temos mais de US$ 300 bilhões de reservas. Este é um País que tem recursos suficientes e não quebra, que sai das dificuldades", discursou, lembrando que milhões de pessoas deixaram a pobreza nos últimos anos e afirmando que atualmente o Brasil é "um país majoritariamente de classe média".
Cerca de 500 pessoas acompanharam o discurso da presidente, na sua maioria futuros moradores da terceira etapa do "Minha Casa, Minha Vida" em Boa Vista, e amplamente favoráveis à presidente. Por diversas vezes, o público entoou o tradicional grito de campanha de "Olê, Olê, Olá, Dilma, Dilma" e interrompeu a presidente com aplausos vigorosos. Os insatisfeitos - um grupo de grevistas do INSS - foram barrados do lado de fora da cerimônia, a cerca de um quilômetro do palco. Dilma chegou e saiu por trás do local do e nem mesmo viu as poucas manifestações contrárias.
MCMV. Dilma aproveitou a cerimônia de entrega de 747 unidades do programa Minha Casa, Minha Vida em Boa Vista (RR) para reafirmar " a boa notícia" de que lançará a terceira etapa do Minha Casa Minha Vida no dia 10 de setembro. "Vamos lançar no dia 10 de setembro. Três dias depois do dia da pátria", disse. Essa é, porém, a quinta vez que a presidente coloca uma data para tirar a terceira fase do programa do papel.
Durante o evento, Dilma destacou a importância de investimentos do governo no Estado e afirmou que considera "um grande desafio" tornar Roraima "um símbolo" na região Norte. A presidente destacou que é preciso aproveitar características naturais do Estado como a luminosidade para investir em energia solar. "Aqui (nas unidades do MCMV) tem esse aquecimento. E a vantagem é pagar menos tarifa de energia elétrica", afirmou.
De acordo com o Blog do Planalto, as 747 moradias doas residenciais Pérola VI, Pérola VII e Ajuricaba são destinadas a famílias com renda de até R$ 1,6 mil. Os três residenciais somam mais de R$ 46 milhões em investimentos. Segundo o governo, desde 2009, o Minha Casa Minha Vida já entregou 3,9 mil moradias em Roraima, beneficiando 15,6 mil pessoas. 
A presidente disse ainda que Roraima deve aproveitar sua localização para se desenvolver. "Roraima está muito bem localizada", disse. "Queria destacar a necessidade do acordo do Porto de Quantas, na Venezuela. Roraima é o Estado mais próximo da Venezuela, que precisa de grãos e proteínas. Temos que ligar a economia de Roraima a da Venezuela."

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