sexta-feira, 7 de agosto de 2015

ECONOMIA: Inflação desacelera em julho, mas em 12 meses passa de 9% pela 1ª vez desde 2003

OGLOBO.COM.BR
POR ANDREA FREITAS

IPCA, divulgado nesta sexta-feira pelo IBGE, ficou em 0,62% no mês passado. Em 12 meses, acumula 9,56%
Preços em alta: cliente escolhe carne em supermercado do Rio - Pedro Kirilos/8-7-2015 / O Globo

RIO - Considerada a taxa oficial no país, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,62% em julho, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira. O resultado representa uma desaceleração frente ao comportamento de junho, quando o índice subiu 0,79%.
Em 12 meses, a inflação chegou a 9,56%, ante 8,89% no período de 12 meses encerrado em junho. É a maior desde novembro de 2003. No ano, a alta é de 6,83%. A meta do governo para o ano fechado é de 4,5%, podendo chegar a 6,5%, mas o próprio Banco Central já espera que a taxa feche em torno de 9%.
Em 12 meses, os grupos habitação e alimentação e bebidas registraram uma variação de 18,32% e de 10,50%, respectivamente, em igual período. Ou seja, morar e comer são os principais vilões da inflação. As despesas pessoais tiveram alta de 8,72% mesmo período e os transportes, 8,62%.
A educação variou 8,58%. Saúde e cuidados pessoais, 8,09%. Abaixo de 6,5%, aparecem apenas artigos de residência (4,57%), vestuário (3,39%) e comunicação (0,34%). A energia elétrica, que em julho subiu 4,17%, no ano acumula uma alta de 47,95%. Em 12 meses, a taxa é ainda mais expressiva: 57,83%.
A última pesquisa Focus, do Banco Central (BC), indicava que analistas de mercado esperavam uma taxa média de 0,58% para o IPCA de julho.
Em julho, o maior impacto sobre o IPCA foi do grupo habitação, de 0,24 ponto percentual sobre o IPCA. A variação foi de 1,52%, bem acima do 0,86% de junho. Em seguida vem o grupo alimentação e bebidas, cujo impacto foi de 0,16 ponto percentual, com uma alta de 0,65%, um pouco acima do 0,63% do mês anterior.
- Editoria de Arte

A conta de luz, mais uma vez, foi o que mais pesou no bolso do brasileiro em julho, com uma alta de 4,17% e um impacto individual de 0,16 ponto percentual. A alta refletiu os reajustes aplicados às tarifas em Curitiba (11,40%), e São Paulo (11%). Campo Grande (2,72%), Belo Horizonte (2,04%) e Brasília (2,03%) também contribuíram para alta em função dos impostos PIS/Cofins. Já Vitória (8,67%) e Salvador (4,67%) registraram queda no preço da energia por causa dos impostos.
Água e esgoto também ficaram mais caros: 2,44%. O aumento no preço das tarifas atingiu sete das 13 regiões, com destaque para Goiânia (19,56%).
Artigos de limpeza (0,65%) e aluguel residencial (0,49%) e condomínio (0,49%) também pressionaram a alta no grupo habitação.
— De fato para morar tem ficado bem mais caro. As despesas com habitação tem liderado o conjunto dos itens de despesa das famílias — diz Eulina Nunes, coordenadora de índice de preços do IBGE.
PREÇOS NO RIO SOBEM 10,18% EM 12 MESES
No grupo alimentação e bebidas, que registrou alta de 0,65% e o segundo maior impacto sobre o IPCA de julho, o consumo fora de casa subiu 0,77%, enquanto os consumidos em casa tiveram aumento de 0,59%. A maior alta no mês foi do feijão-mulatinho, que subiu 8,88%, frente a 1,33% no mês anterior. No ano, o produto acumula alta de 35,57%. Em seguida vêm fubá de milho (3,53%), leite longa vida (3,09%) e cebola (2,85%) - que no ano acumula alta de 155,16% e em 12 meses, 160,07%.
O tomate foi alimento que mais baixou de preço em julho, com queda de 10,77%. No ano, porém a alta é de 41,24% e em 12 meses, de 28,28%. Açaí (-7,51%), feijão-fradinho (-4,13%) e feijão-preto (-4,04%) estão entre as principais quedas. O arroz caiu 0,29% e a cerveja, 0,34%.
Por regiões, Curitiba foi a que registrou a maior inflação em julho, de 0,89%. Foi seguida por Goiânia (0,85%), Porto Alegre (0,81%) e São Paulo (0,79%). O Rio de Janeiro registrou uma desaceleração na inflação em julho, quando a taxa ficou em 0,46% frente a 0,65% no mês anterior.
Em 12 meses, porém, os preços já subiram 10,18% no Rio. No ano, a taxa local também está cima do teto da meta da inflação oficial do país, que é de 6,50%, e já atinge 6,70%.
No mês passado, só Curitiba estava na casa de 10%. Este mês já são mais três: Goiânia, Porto Alegre e Rio. Campo Grande e São Paulo ficaram acima da média nacional.
A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada na quinta-feira, admite que para este ano atingir a meta de 4,5% é praticamente impossível. Mas o documento mostra que a crise econômica eleva as chances de o BC conseguir alcançar o centro do alvo para a inflação oficial no fim do ano que vem.

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