Por Gabriel Garcia O Blog do NOBLAT
Inimigo com um aliado como o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB)? Ninguém precisa. Tudo porque a presidente Dilma Rousseff (PT) reluta em definir os nomes dos ministros do novo governo. Maior aliado de Rousseff, o partido deu demonstração de lealdade e infidelidade em menos de 24 horas.
Na noite de terça-feira (25), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), passando por cima do regimento e da minoria, conduziu a sessão do Congresso que votou 38 vetos presidenciais a projetos de lei.
Após esticar ao máximo a sessão, os parlamentares apreciaram os vetos, que eram prioridade sobre o projeto de lei que permite o governo a não cumprir a meta de superávit primário – a economia feita para pagar os juros da dívida pública.
Hoje, quando o projeto era de interesse do governo, a sessão foi derrubada por falta de quórum – número mínimo de parlamentares necessários. A votação foi adiada após Renan bater boca com o deputado Mendonça Filho (DEM-PE).
Em plena quarta-feira, dia normal de trabalho dos parlamentares? Isso é pouco comum. O adiamento frustrou o governo, que esperava a aprovação da redução da meta para anunciar a equipe econômica com segurança nesta quinta-feira.
Dilma sinalizou que pretende reduzir o espaço dos representantes do PMDB, que responderam à altura. Ninguém admite publicamente, mas há uma insatisfação com a demora de Dilma em anunciar o novo Ministério.
Há uma preocupação, em especial, com o futuro do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).
Após 11 mandatos consecutivos como deputado federal, Henrique deixará o cargo depois de perder a disputa para o governo do Rio Grande do Norte, cujo vencedor foi Robinson Faria (PSD).
“Acho que há uma insatisfação”, resume o deputado Gastão Vieira (PMDB-MA), ex-ministro do Turismo.
Sessão do Congresso Nacional para a votação de 38 vetos presidenciais e de quatro projetos de lei (Imagem: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil)
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