sexta-feira, 28 de novembro de 2014

ECONOMIA: Temor de fim de programa de swaps faz dólar encostar em R$ 2,58

ESTADAO.COMBR
POR ANA PAULA RIBEIRO

Ações da Petrobras limitam ganhos do Ibovespa, que sobe apenas 0,21%
SÃO PAULO - Mesmo com a queda nas ações da Petrobras, a Bolsa brasileira consegue se manter em terreno positivo nessa sexta-feira. Às 15h17, o Ibovespa, principal indicador do mercado acionário local, operava em leve alta de 0,21%, aos 54.835 pontos. Já no mercado de câmbio, o dólar comercial avançava 1,93% diante o real, a R$ 2,576 na compra e a R$ 2,578 na venda. Na máxima, a moeda americana foi negociada a R$ 2,583.
Os investidores estão em dúvida sobre a continuidade dos leilões diários de swaps cambiais, que equivalem a uma venda de moeda, em 2015. Na quinta-feira, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou que “o estoque de derivativos cambiais ofertados pelo BC até o presente momento já atende de forma significativa à demanda por proteção cambial”. Afirmou que ainda que as operações vão ser renovadas no futuro, “observadas as condições de demanda’. A avaliação é que a autoridade monetária poderia reduzir esse programa nos próximos meses, o que pressiona a moeda.
Além disso, na avaliação de Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho, a alta do dólar no Brasil acompanha o movimento externo.
— Lá fora, o dólar está com viés de alta frente às moedas de países emergentes produtores de commodities. Só isso já justifica a alta por aqui — afirmou.
O estrategista lembra ainda que, devido ao feriado nos Estados Unidos na quinta-feira, a participação de investidores estrangeiros no atual pregão também deve ser baixa.
Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora, lembra ainda que o fato dessa sexta-feira ser o último dia útil do mês também estimulou a alta, já que é a cotação de hoje que servirá de referência para a liquidação de contratos baseados na moeda americana.
— O dólar subiu como resposta do PIB, que ainda está fraco, e também porque é fechamento de mês — explicou.
PRESSÃO NAS AÇÕES DA PETROBRAS
A principal notícia nos mercados nessa sexta-feira é o anúncio do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro primeiro, que mostrou um leve crescimento de 0,1% na comparação com o segundo trimestre, revertendo dois trimestre seguidos de queda. No entanto, não chegou a surpreender.
Os investidores ainda analisam a entrevista dada na quinta-feira pelo ministro indicado para a Fazenda, Joaquim Levy, que se comprometeu em entregar um superávit primário (economia para o pagamento dos juros) de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 e o controlada da dívida pública bruta, que subiu nos últimos anos devido, entre outros fatores, à transferência de recursos do Tesouro Nacional para os bancos públicos. "Porém, o novo ministro afirmou que não havia urgência nas medidas. Resta saber ainda se Levy vai ter autonomia para fazer tudo aquilo que a presidente Dilma Rousseff afirmou que não ia fazer durante a sua campanha", afirmou, em relatório, os analistas da Yield Capital.
Nesse cenário, as ações mais pressionadas são da Petrobras. Os papéis preferenciais (sem direito a voto) registram queda de 3,27% e os ordinários (com direito a voto) recuam 3,92%. Na quinta-feira, a Organização dos Países Produtores de Petróleo) anunciou que irá manter em 30 milhões de barris a produção diária de petróleo. Essa manutenção não deve ajudar no aumento dos preços do óleo no mercado internacional, o que afeta as empresas produtoras.
— A Bolsa sobe um pouco e a liquidez é menor devido ao feriado de quinta-feira nos Estados Unidos, que reduz o volume de negócios nessa sexta-feira — disse Figueredo, da Clear.
Entre as ações mais negociadas, o setor bancário opera em alta. Os papéis preferenciais do Itaú estão praticamente estáveis, com leve queda de 0,07%. Na quinta-feira à noite, a instituição financeira anunciou a recompra de até 10 milhões de ações ordinárias e 50 milhões de preferenciais. Bradesco tem alta de 0,47% e Banco do Brasil avança 0,89%. A Gol também tem alta expressiva, de 2,26%, uma vez que a companhia é beneficiada pela queda no preço do petróleo.
Já no mercado externo, a atenção dos investidores é para os dados da Europa, que mostraram uma nova desaceleração da inflação, indicando que a economia ainda fraca. A interpretação é que novos estímulos serão necessários e que podem ocorrer já no primeiro trimestre de 2015, o que pode ser benéfico para os mercados emergentes.
Na Europa, os principais índices operaram em leve queda. O DAX, de Frankfurt, teve leve variação positiva de 0,06%. O CAC 40, da Bolsa de Paris, subiu 0,18% e o FTSE 100 fechou praticamente estável (-0,01%). Nos Estados Unidos, o S&P 500 tem leve queda de 0,10%. O Dow Jones sobe 0,21% e o Nasdaq avança 0,56%.

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