sexta-feira, 28 de novembro de 2014

LAVA-JATO: Juiz manda soltar irmão do ex-ministro Mário Negromonte

OGLOBO.COM.BR
POR JONES ROSSI - ESPECIAL PARA O GLOBO

Adarico foi considerado secundário no esquema de corrupção em torno da Petrobras
Adarico Negromonte Filho é suspeito de transportar e distribuir dinheiro aos beneficiários do esquema de desvio de dinheiro da Petrobras - Terceiro/Paulo Lisboa - Brazil Photo Press 24/11/2-14
CURITIBA - O juiz federal Sérgio Moro autorizou no final da tarde desta sexta-feira a soltura de Adarico Negromonte, irmão do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte. Acusado de participar do esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e desvio de recursos envolvendo a Petrobras, Adarico estava preso desde a segunda-feira. Segundo o juiz, responsável pelo processo da Operação Lava-Jato, o papel de Adarico no suposto esquema seria de “caráter subordinado”, funcionando como um “emissário” do doleiro preso Alberto Youssef.
Adarico Negromonte deixou a carceragem da PF em Curitiba por volta das 19h, sem dar entrevista. “Embora haja prova de que Adarico teria participado do grupo criminoso dirigido por Alberto Youssef, dedicado a lavagem de dinheiro e ao pagamento de propina a agentes públicos, é forçoso reconhecer que o papel era de caráter subordinado, encarregando-se de transportar e distribuir dinheiro aos beneficiários dos pagamentos”, diz o juiz no despacho que autorizou a libertação de Adarico.
Moro prossegue afirmando que comprovou a participação de Adarico por meio do depoimento de testemunhas e de acusados. Segundo ele, sua atuação “ainda pode ser inferida por troca de mensagens telemáticas, quando o nome de Adarico é citado como emissário de Alberto Youssef”. “Considerando o papel subordinado (do irmão do ex-ministro), a posição do Ministério Público Federal (MPF) e ainda o princípio da presunção de inocência tornando a prisão preventiva excepcional, é o caso de determinar sua soltura sem prorrogação da (prisão) temporária ou a imposição da preventiva”, escreveu Moro.
O juiz federal fez questão de afirmar, no despacho, que a saída de Adarico Negromonte da prisão não tem relação com uma eventual colaboração nas investigações. “Observo que a soltura se faz sem que tenha havido aparentemente qualquer colaboração dele no processo, não havendo, como reiteradamente afirmado por esse juízo, correlação necessária entre prisão cautelar e colaboração”, afirmou na decisão.
Agora, por ordem judicial, ele deverá entregar seu passaporte dentro de cinco dias, estando proibido de deixar o país e de mudar de endereço. Sua advogada, Joyce Roysen, afirmou que ele comparecerá à Justiça sempre que solicitado, o que é outra determinação de Sérgio Moro na ordem de soltura.
— Já esperava essa decisão, de uma soltura com base no princípio da presunção de inocência. Ele vai comparecer (aos atos do processo) se for chamado— disse a advogada.

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