terça-feira, 20 de maio de 2014

ECONOMIA: Tombos de Petrobras e Vale derrubam Bolsa; dólar sobe

De OGLOBO.COM.BR
ANA PAULA RIBEIRO
RENNAN SETTI

Após operar em alta ao longo do dia, petrolífera cai mais de 3%; mineradora segue sofrendo com o minério barato
Dólar comercial acelera alta e sobe 0,54%
SÃO PAULO - O Ibovespa, principal indicador da Bolsa brasileira, se aproxima do fim do pregão em queda. Às 17h01, o índice caía 1,65%, chegando abaixo dos 53 mil pontos (52470 pontos). Contribuem para a descida do indicador expectativas sobre a disputa eleitoral, que provoca um tombo na Petrobras, e os efeitos da baixa no minério de ferro sobre a Vale.
Os papéis da petrolífera, que passaram o dia em alta, começaram a cair forte no fim da tarde. O papel preferencial apresenta queda de 3,85% e o ordinário (com direito a voto), cai 3,62%, com cotações de, respectivamente, R$ 17,20 e R$ 16,22.
Durante a manhã, o ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli prestou depoimento na CPI mista sobre a estatal no Congresso, mas operadores afirmaram que o que movimentou as transações com o papel pela manhã foi a compra por parte dos investidores, em especial os estrangeiros. Durante a tarde, segundo um operador que preferiu não ser identificado, a volatilidade do papel esteve associada a rumores de mercado sobre a pesquisa eleitoral que será divulgada pelo Ibope até o fim de semana.
Pelo segundo dia, a Vale é destaque entre as quedas. As preferenciais (sem direito a voto) têm leve queda de 2,59% e as ordinárias (com direito a voto) caem 2,07%. Os papeis da mineradora estão sendo castigados desde ontem, quando o preço do minério de ferro caiu ao seu menor patamar em 20 meses, cotado abaixo dos US$ 100.
— A Vale segue caindo sob o efeito do preço do minério. Grande parte da receita dela é obtida por meio da venda desse produto, que vem sendo negociado abaixo das expectativas mínimas da própria companhia. A Vale continuará ganhando dinheiro, é claro, mas aconteceu agora o que o mercado já vinha falando há muito tempo (a deterioração do valor do minério) — explicou Carlos Müller, analista da Geral Investimentos.
Além de Petrobras e Vale, as siderúrgicas também caem forte depois de pesquisa do Inda (Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço) mostrar que compras das distribuidoras nas siderúrgicas caíram 7,5% em abril na comparação com mesmo mês em 2013. A Usiminas cai 3,23% com as ações ordinárias e 4,45% com as preferenciais, cotadas a R$ 7,45 e R$ 8,15%, respectivamente. A CSN também registra queda expressiva, de 3,52%.
— A CSN também está muito exposta ao valor do minério, já que também é exportadora do produto - disse Müller.
A Embraer foi um dos destaques positivos do pregão. Depois de assinar contrato de R$ 7,2 bilhões com a Força Aérea Brasileira (FAB) para venda de 28 aviões cargueiros militares KC-390, a ação da companhia sobe 0,87%.
Já no mercado externo, as bolsas americanas operam no terreno negativo. A Dow Jones recua 0,82% e o Nasdaq, 0,71%. Já o S&P 500 tem queda de 0,50%.
Na Europa, os principais indicadores fecharam em queda. O DAX, da Alemanha, recuou 0,21%, e o FTSE, da Bolsa de Londres, caiu 0,62%. Na Bolsa de Paris, o CAC 40 fechou em queda de 0,39%.
Câmbio em alta
O dólar comercial está em alta frente ao real. Às 16h55, a moeda americana avançava 0,54%, cotada a R$ 2,2190 na compra e a R$ 2,2210 na venda.
Para o diretor da NGO Corretora de Câmbio, a tendência para a cotação é de alta, uma vez que o fluxo cambial para o país já não está tão favorável. Ele não descarta que, para manter o real apreciado frente ao dólar. O Banco Central eleve a oferta de moeda estrangeira. “O ambiente já sugere alta, mas o BC continua fazendo oferta excessiva e o dólar cai”, diz, em relatório, o especialista.
No mercado de câmbio, há ainda a expectativa em relação à divulgação do IPCA-15, na quarta-feira. A depender do comportamento da inflação, os investidores podem fazer ajustes nas expectativas para os juros e, consequentemente, para a cotação do dólar.

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