quinta-feira, 22 de maio de 2014

ECONOMIA: Bolsa segue em alta depois de pesquisa eleitoral, com recuperação de bancos e avanço da Vale

De OGLOBO.COM.BR
RENNAN SETTI, COM AGÊNCIAS

Levantamento Ibope mostrou que Dilma cresceu nas intenções de voto, mas oposição avançou mais
Instituições financeiras recuperam perdas depois do tombo de quarta-feira, provocado por decisão desfavorável no STJ
Presidente do BC fala sobre arrefecimento da demanda pela venda de contratos dólares contratos de swap cambial, e dólar sobe 0,18%, cotado a R$ 2,213
RIO - A Bolsa brasileira continua subindo na tarde desta quinta-feira, diante da recuperação dos bancos e da Vale. Na quarta, o setor financeiro levou um tombo no mercado com sentença do Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre correção das cadernetas de poupança desfavorável aos bancos. Também favorece o mercado a divulgação de taxa de desemprego abaixo da esperada para abril. O bom desempenho da Bolsa não foi alterado pela divulgação de pesquisa eleitoral com conclusão mista: Dilma cresceu, mas os opositores cresceram mais.
O índice de referência Ibovespa, que encerrou os três últimos pregões em queda, subia 0,91%, aos 52.676 pontos, às 16h23m.
— O mercado financeiro já tinha absorvido nos últimos dias a perspectiva de que a Dilma subiria nesta pesquisa. Então isso não impactou Bolsa hoje. Com o aumento maior da oposição, o efeito acabou sendo positivo. Mas nada muito forte, o mercado está mesmo parado — afirmou Carlos Müller, analista da Geral Investimentos.
O Banco do Brasil, que fechou o pregão de ontem com sua maior queda diária desde abril de 2009 (7,3%), sobe 2,81%. A ação chegou a subir 3,6% mais cedo. Já as ações preferenciais do Itaú Unibanco (sem direito a voto) sobem 0,80%. Os papéis dos dois bancos concentraram quase 25% das transações no mercado à vista durante a manhã. O Bradesco é o único que ainda sente a pressão da decisão judicial da véspera, caindo 0,72% (ordinária).
Na quarta-feira, a Bolsa fechou em queda, após a notícia de que o julgamento no Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre a correção das cadernetas de poupança era desfavorável aos bancos. O temor de perdas bilionários para as instituições financeiras fez o índice recuar 0,31%, aos 52.203 pontos. Na máxima do dia, chegou a subir 0,97%.
— Os bancos estão devolvendo hoje um pouco das perdas de ontem, mas as ações do setor continuarão apresentando volatilidade até o dia 28, quando o STF retomar o julgamento da legalidade do planos econômicos dos anos 80 e 90 — disse Elad Revi, analista de investimento da Spinelli Corretora. — Isso porque, dependendo do resultado, o julgamento pode corroer as margens dos bancos. Por mais que a nova dívida seja parcelada em 20 ou 30 anos, ela gera um ônus que não é fácil de lidar.
A Bolsa já vinha crescendo pela manhã e assim permaneceu depois de pesquisa Ibope mostrar hoje que a presidente Dilma Rousseff (PT) subiu três pontos nas intenções de voto. Mas os dois principais candidatos de oposição, Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), cresceram 11 pontos juntos, fazendo aumentar a chance de segundo turno na disputa. O levantamento expôs uma queda expressiva no nas intenções para votos brancos e nulos, que despencaram de 24% para 14%. O percentual de eleitores que declaram não saber em que votar também caiu, de 13% para 10%.
Petrobras oscila após pesquisa e revisão de JPMorgan
Já a alta do dólar ganhou força depois de o presidente do BC, Alexandre Tombini, dizer que percebe “certo arrefecimento” na demanda pelos contratos de swap cambial. A operação, que equivale à venda de dólares no mercado futuro, tem sido utilizada pela autoridade monetária diariamente, em volumes de quase US$ 200 milhões, para segurar a divisa americana desvalorizada. Com sua fala, Tombini indicou perspectiva de valorização da moeda no futuro. No meio da tarde, o dólar comercial sobe 0,31%, cotado a R$ 2,216 para compra e R$ 2,218 para venda.
— No primeiro momento, o programa teve demanda de empresas não financeiras e investidores não residentes. Mais recentemente, no entanto, temos observado um certo arrefecimento da demanda — afirmou o presidente da BC em evento organizado pela agência de notícias Bloomberg.
As ações da Vale, com peso combinado de 9,5% do Ibovespa, também sobem, contribuindo para o bom desempenho do Ibovespa. A alta reflete dado preliminar sobre a atividade industrial da China, maior mercado da mineradora. O índice registrou 49,7 em maio, maior valor em cinco meses. O papel ordinário sobe 1,73%, enquanto o preferencial avança 1,98%.
Já a ação da Petrobras começou a oscilar depois da pesquisa eleitoral e da notícia de que o banco americano JP Morgan revisou suas projeções para a companhia, citando instabilidade e câmbio. Segundo a agência Reuters, o banco reduziu a estimativa de vendas líquidas da estatal em 0,4% e 2,2% para 2014 e 2015, respectivamente, e diminuiu a projeção de Ebitda (lucros antes do pagamento de juros, impostos, depreciação e amortização) em 5,1% e 2,4% para este o próximo ano.
Os papéis da petrolífera deixaram de cair depois do meio da tarde, subindo 0,24% (ordinária) e 0,51% (preferencial).
Desemprego atinge mínima histórica em abril
A taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do país ficou em 4,9% em abril, a menor para o mês desde o início da série histórica, iniciada em março de 2002. A previsão de analistas era de que a taxa ficasse entre 5% e 5,3%. A renda real (descontada a inflação) habitual foi de R$ 2.028,00, queda de 0,6% frente a março e uma alta de 2,6% em comparação com abril de 2013, quando tinha sido de R$ 1.977,24.
Nos EUA, as Bolsas têm leve alta. A Nasdaq avança 0,74%. O índice S&P 500, 0,34%. Já o Dow Jones apresenta estabilidade, subindo 0,10%. Na Europa, o índice de referência Euro Stoxx fechou estável, em alta de 0,02%. Também encerrou o pregão com estabilidade o FTSE 100, da Bolsa de Londres, com recuo de apenas 0,01%.

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