quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

ECONOMIA: Dólar fecha em alta negociado a R$ 2,38, maior cotação desde agosto

De OGLOBO.COM.BR

Ibovespa também foi influenciado pelo cenário externo e fechou em queda de 0,26% aos 50.215 pontos
Dados mais fortes do mercado de trabalho americano pressionaram a divisa americana
Ações da Triunfo, vencedora do leilão de privatização das rodovias BR-060/153/262 se desvalorizaram
SÃO PAULO - O dólar comercial fechou em alta nesta quarta frente ao real. A moeda americana encerrou a sessão com valorização de 0,42% negociada a R$ 2,387 na compra e R$ 2,389 na venda. É a maior cotação desde o dia 20 de agosto passado, quando a divisa fechou cotada a R$ 2,394. Na máxima do dia, o dólar foi negociado a R$ 2,393 (alta de 0,67%) e na mínima bateu em R$ 2,365 (queda de 0,58%). Hoje, o Banco Central realizou mais um leilão de contratos de swap cambial, operação que equivale à venda de dólares no mercado futuro. Mais 10 mil contratos foram vendidos, o equivalente a US$ 496 milhões, mas mesmo assim a moeda americana subiu.
A divulgação de dados positivos do mercado de trabalho americano, sinalizando que a economia americana está recuperação consistente influenciou a divisa. No cenário doméstico, persistem as preocupações dos investidores com a política fiscal do governo. O Ibovespa, principal índice de ações do mercado brasileiro, fechou com baixa de 0,26% aos 50.215 pontos e volume negociado de R$ 6,2 bilhões.
Pela manhã, o setor privado dos Estados Unidos informou que foram criadas 215 mil vagas em novembro, de acordo com um relatório publicado pela Automatic Data Processing (ADP). Analistas esperavam a abertura de 160 mil vagas, e o número acabou vindo acima das expectativas.
Mas, à tarde, um dado mais fraco no setor de serviços veio no caminho oposto. O Instituto de Gerência e Oferta informou que o índice sobre a atividade do setor de serviços (ISM, na sigla em inglês) caiu para 53,9 pontos em novembro, ante 55,4 pontos em outubro. Na previsão de analistas, o indicador registraria queda para 55 pontos em novembro.
Mesmo assim, para o mercado financeiro, acabou prevalecendo a tese que a economia americana já se recupera com mais força. Nesta semana, números mais positivos da indústria dos EUA já tinham apresentando bom desempenho, reacendendo os temores de que o Federal Reserve, o banco central americano, comece mais cedo a reduzir os estímulos à economia. Analistas avaliam que a retirada dos estímulos poderia começar no primeiro trimestre de 2014.
Oi são destaque na Bolsa
Na Bovespa, o destaque de alta de hoje são as ações da Oi. A empresa anunciou a venda de 2.007 torres voltadas a serviços de telefonia celular para a SBA Communications por R$ 1,525 bilhão. A transferência será feita até o final de março de 2014. Com o negócio, a Oi transfere para a SBA a responsabilidade em relação aos custos, investimentos, manutenção e ampliação das torres.
As ações preferenciais da Oi apresentam a maior alta do pregão, com valorização de 9,50% a R$ 3,69 e os papéis ordinários se valorizam 9,32% a R$ 3,87, a segunda maior alta do pregão.
Para um analista do setor de telecomunicações, que prefere não se identificar, o negócio anunciado pela Oi não é propriamente uma surpresa para o mercado, já que a empresa vinha se desfazendo de ativos não essenciais ao seu negócio para fazer caixa. De qualquer forma, diz o analista, a venda das torres é considerada positiva já que os recursos obtidos pela empresa poderão ser utilizados para alongar a dívida líquida da empresa, que estava em R$ 29 bilhões, de acordo com balanço do terceiro trimestre.
- Os recursos certamente serão utilizados para alongar o perfil da dívida. A empresa tem mostrado dificuldade de fazer caixa com o resultado financeiro e há muitos vencimentos de curto prazo. Para a Oi, o negócio é positivo e o mercado reage positivamente - diz o analista.
Entre as blue chips do pregão, Vale PNA sobe 0,27% a R$ 32,31; Petrobras PN cai 0,39% a R$ 17,44, enquanto as ações ordinárias recuam 0,48% a R4 16,50; Itaú unibanco PN tem perda de 0,38% a R$ 31,37 e Bradesco PN se desvaloriza 1,55% a R$ 29,16. Em comunicado ao mercado, a Petrobras informou que os reajustes de combustíveis não serão automáticos. As ações da empresa já abriram em alta nesta quarta e mantiveram a tendência após a divulgação do comunicado ao mercado. Só inverteram a tendência de alta no início da tarde, mas depois voltaram a subir.
- Na prática, nada mudou com o comunicado de hoje. Na queda de 10% das ações ordinárias e 9% das preferenciais, na segunda, o mercado já tinha entendido que os reajustes de combustível não seriam automáticos, dependendo da aprovação da diretoria da Petrobras. Continuamos sem ter previsibilidade sobre o reajuste dos preços de combustíveis - o mercado não vai saber nem quando nem de quanto será um novo aumento - analisa Marcelo Torto, analista-chefe da Ativa Corretora.
Para o diretor de renda variável da Legan Asset, Ivan Kraiser, o comunicado também não trouxe novidades ao mercado.
- No dia da reunião do Conselho, na última sexta-feira, já tinha ficado claro para o mercado que os reajustes não seriam automáticos e nem os detalhes da metodologia seriam divulgados - diz Kraiser.
As ações ordinárias da Anhanguera apresentam a segunda maior queda do pregão, com desvalorização de 3,19% a R$ 14,56, após o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) considerar que há concentração na fusão que a empresa realizou com a Kroton.
As ações das duas empresas já iniciaram o pregão desta quarta em forte queda. As da Anhanguera chegaram a recuar quase 8%, enquanto as da Kroton caíram 5,7% na mínima do dia. O entendimento da superintendência do Cade agora será levado ao tribunal do órgão em data a ser definida, quando poderão ser impostas condições ao negócio anunciado em abril.
O valor de mercado das duas companhias é próximo de R$ 12 bilhões. A fusão resultará no maior grupo educacional do país e um dos maiores do mundo. De acordo com o Fato Relevante divulgado quando o negócio foi anunciado, em abril, as receitas brutas das duas companhias somaram R$ 4,3 bilhões no ano passado.
Ações da Triunfo caem
As ações ordinárias da Triunfo, vencedora da privatização das rodovias federais BR-060/153/262, passaram a se desvalorizar após o leilão. Os papéis abriram a sessão com estabilidade, cotados a R$ 10,00. Às 16h30, estavam sendo negociados a R$ 9,62, uma desvalorização de 3,90%. A Triunfo não integra o Ibovespa.
Para o analista Renato Hallgren, da BB Investimentos, o deságio de 52% sobre a tarifa teto foi alto. O número ficou acima da expectativa do analista que esperava um deságio de 40%.
- Porém, analisando o potencial de alavancagem do projeto, com 70% de dívida ao custo inferior a 7% ao ano, o ativo poderá agregar valor à companhia. Consideramos positivo também pelo fato da Triunfo acrescentar mais uma concessão de rodovias ao seu portfólio, uma vez que o prazo médio restante de suas três concessões rodoviárias era de apenas 8 anos - diz o analista em relatório.
Hallgren lembra que, porém, que o trecho é o segundo maior do pacote de concessão federal de rodovias em termos de investimento. Aproximadamente R$11,5 bilhões serão investidos entre duplicação e manutenção da rodovia, ao longo dos próximos 30 anos de concessão.
Juros futuros recuam
Na BM&FBovespa, os contrato futuros de Depósito Interfinanceiro (DI) mais curtos recuam nesta quarta. A taxa do contrato com vencimento em janeiro de 2015 caía de 10,71% para 10,67%, enquanto a taxa do contrato com vencimento em janeiro de 2017 permanecia estável a 12,48%.

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