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Petição entregue à Justiça anteontem ressalta expectativa de receitas em áreas a serem exploradas
Mariana Durão - O Estado de S.Paulo
RIO - A petição inicial da recuperação judicial da OGX fundamenta a viabilidade econômica da recuperação da petroleira nas projeções apresentadas para os campos de Tubarão Martelo e BS-4, no qual a empresa detém 40%. No item batizado de "olhando para o futuro", a companhia afirma que Tubarão Martelo poderá gerar receitas de US$ 11 bilhões, sem explicitar em que período. Já o campo BS-4, na Bacia de Santos, teria um cenário de geração de receita de US$ 6,2 bilhões.
O documento, assinado pelo advogado Sergio Bermudes e protocolado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), leva em conta a recente avaliação da consultoria DeGolyer&MacNaughton para as reservas de Tubarão Martelo. A consultoria é a mesma autora das avaliações anteriores, depois revisadas para baixo. Talvez por isso a petição destaque que o relatório, "dada a responsabilidade do avaliador e o fato de ter sido elaborado no auge da crise do grupo OGX, adotou certamente premissas conservadoras".
A defesa da petroleira afirma que a administração da OGX "tem confiança que os resultados da exploração podem ser ainda mais auspiciosos". Em relatório apresentado pelas consultorias Blackstone e Lazard ao longo das negociações com credores externos, a estimativa da DeGolyer é que Tubarão Martelo gere receita de US$ 6,18 bilhões no período 2014-2023.
Sacrifícios. As reservas do campo BS-4, em que a OGX tem como sócias a Queiroz Galvão (30%) e a Barra Energia (30%), foram analisadas pela certificadora independente Gaffney Cline & Associates. A receita estimada na certificação de setembro de 2013 é baseada em reservas prováveis.
O time de advogados da OGX lembra que uma reestruturação "impõe sacrifícios" e informa que as quatro companhias da OGX incluídas na recuperação judicial reduziram suas despesas administrativas.
A justificativa do processo de recuperação evidencia a urgência de obter os cerca de US$ 200 milhões até abril do ano que vem, sendo ao menos US$ 75 milhões ainda este ano, necessários para viabilizar a produção em Tubarão Martelo, que tem início previsto para novembro.
Na última apresentação feita aos credores internacionais, a OGX destacava que essas despesas cairiam de US$ 703 milhões para US$ 452 milhões no período 2014-2018. O documento encaminhado à 4ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio descreve a trajetória e o pioneirismo da OGX.
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