De OGLOBO.COM.BR
Lideranças defendem a identificação e a punição de quem pratica atos de vandalismo
BRASÍLIA - Líderes partidários do Congresso Nacional condenaram a ação de grupos que têm agido com violência e depredado bens públicos e privados nas manifestações de rua, entre eles, os chamados black blocs. Para as lideranças políticas ouvidas pelo GLOBO, é preciso endurecer, identificando e punindo severamente os que estão agindo com violência e desvirtuando manifestações pacíficas. Para eles, os atos de vandalismo estão, inclusive, inibindo a participação dos que querem protestar de forma pacífica.
Para o líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE), o Congresso pode endurecer mais as leis, e os estados, que têm a responsabilidade constitucional pela segurança pública, devem dialogar com a União para tentar encontrar uma solução para o problema. Guimarães disse que a polícia também tem que ser orientada para agir, porque muitas vezes ou assiste ao problema, ou parte para agredir manifestantes que reivindicam legitimamente. No caso dos black blocs, Guimarães defendeu rigor na punição.
— O estado democrático de direito pressupõe respeito e ordem, ação de diálogo, mas, em determinado momento, até de força, para garantir a ordem. Tem os que vão se manifestar legitimamente, mas aí aparecem os outros com outras intenções. A polícia precisa estar preparada para isso, porque ou vai para um extremo ou para o outro. É chocante ver as cenas de baderna. Está se constituindo um amplo sentimento da população contra isso, o quebra-quebra. É preciso fazer um pacto, a partir da iniciativa dos estados. A União pode ajudar com a força de segurança nacional.
Para o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), a população vem sofrendo tanto com as depredações de patrimônio quanto com o deslocamento de policiais de algumas áreas para as manifestações:
— A atuação dos black blocs já ofuscou as manifestações, o que prevalece é a violência e isso tem que ser combatido com rigor. Está mascarado, prende, identifica. É difícil para a polícia aguentar a provocação deles. Com black blocs não tem diálogo, tem rigor.
O líder do PSB na Câmara, deputado Beto Albuquerque (RS), ressalta que a violência está inibindo a participação da sociedade.
— Esse pessoal passou todos os limites. Isso não é manifestação, é bandalheira e está inibindo a participação da sociedade. De forma oportunista, sempre ao final de manifestações legítimas, aparecem os vândalos. Os estados têm que cumprir a lei e está mais do que na hora da polícia surpreender, agir com inteligência. Muitas vezes, temos a impressão de que a polícia está assistindo. A rua é do povo e não de criminosos e vândalos — disse Albuquerque, acrescentando:
— No caso do coronel de São Paulo, é preciso identificar os responsáveis, faltou pouco para matar.
Líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), lembrou que, no início, muitos até defenderam esse tipo de atitude, mas, segundo ele, a ficha caiu e hoje a maioria defende punição rigorosa para os envolvidos:
— Vejo o ovo da serpente do fascismo. Não tem diálogo, não tem conversa: é identificar, processar e punir severamente. Houve, durante certo tempo, uma glamourização desse pessoa, inclusive por parte da mídia, mas agora só alguns intelectuais ainda flertam com esse tipo de barbárie. Tem que ter resposta à altura, desmantelar os grupos. Cabe à polícia fazer, já há legislação para isso. Não é cercear as manifestações. Depredação, agressão às pessoas não se confundem com manifestação. Estamos vendo que o Movimento Passe Livre (MPL) tem íntima ligação com grupos violentos.
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