terça-feira, 3 de setembro de 2013

GERAL: Polícia Federal prende quatro ex-executivos do Banco Nacional

De OGLOBO.COM.BR
SÉRGIO VIEIRA  / BRUNO VILLAS BÔAS / NICE DE PAULA
Ex-controlador Marcos Magalhães Pinto, Clarimundo Sant'anna e Arnoldo Oliveira foram levados para o presídio Ary Franco, junto com outro ex-funcionário do banco, não identificado, de acordo com a PF
Fontes afirmam que há outros mandados a serem cumpridos ainda nesta terça-feira
Marcos Magalhães Pinto, ex-dono do Banco Nacional, durante depoimento na CPI do Proer, em 2001 - Roberto Stuckert Filho
RIO - A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira quatro ex-executivos do Banco Nacional, que sofreu intervenção do Banco Central na década de 90. O ex-controlador da instituição Marcos Magalhães Pinto, o ex-vice-presidente da Área de Controladoria Clarimundo Sant'anna e o ex-diretor Arnoldo Oliveira estão entre eles, confirmou o advogado dos executivos, Nélio Machado. A identidade do quarto preso ainda é desconhecida, mas há informações de que seria o ex-diretor Omar Bruno Corrêa.
O advogado disse que já esteve com os integrantes da cúpula do banco, mas, até as 13h, ele ainda não havia conseguido ter acesso à decisão para ver qual a melhor medida a se tomar nas próximas horas.
— Ainda estou tentando me inteirar da decisão, mas a princípio ela colide com a que foi tomada anteriormente pelo Supremo Tribunal de Justiça, que havia decidido que ninguém poderia ser preso enquanto não houvesse trânsito em julgado — disse Machado.
Fontes afirmam que há outros mandados a serem cumpridos ainda nesta terça-feira, mas a PF não confirmou a informação.
A PF também não confirmou as identidades dos presos. Depois de serem submetidos a exame de corpo de delito, eles foram encaminhados para o presídio Ary Franco por volta das 11h30m, ainda de acordo com a PF.
"Todos foram condenados por crimes contra o sistema financeiro de forma definitiva em ação penal que tramitou na 1ª Vara Federal Criminal/RJ. As penas variam de 8 anos a 17 anos de reclusão", informou a nota da PF.
Rombo de R$ 5,5 bilhões coberto pelo Proer
Em 2002, os mesmos três executivos já haviam sido presos, junto com outros cinco ex-diretores. Os executivos foram condenados por formação de quadrilha, gestão fraudulenta e prestação de informações falsas ao manipularem mais de 652 contas bancárias para realizar empréstimos fictícios. As operações resultaram num rombo de aproximadamente R$ 5,5 bilhões na instituição, que sofreu intervenção do Banco Central (BC) em novembro de 1995. Em abril de 2000, o Conselho de Recursos do Sistema Financeiro afastou por 20 anos Magalhães Pinto e Sant'anna de qualquer atividade bancária.
A crise financeira do Banco Nacional — que resultou em um dos maiores escândalos financeiros da era do real — deu seus primeiros sinais em setembro de 1995, quando o BC descobriu que a instituição estava com problemas de liquidez. O BC descobriu que o Nacional maquiava seus balanços, através das 652 contas fictícias, somando os R$ 5,5 bilhões.
Em novembro de 1995, o BC decretou Regime de Administração Especial Temporária para tentar evitar que a quebra do banco afetasse seus correntistas e o sistema financeiro. Mas as notícias de fraude se espalharam e começou uma onda de saques.
O Nacional foi o primeiro a receber recursos do programa de reestruturação do sistema financeiro (Proer). Para garantir os depósitos dos clientes, o BC emprestou R$ 7,2 bilhões em novembro de 96 ao Unibanco, que assumiu a parte boa da instituição. Em dezembro de 1995, o BC instaurou inquérito para apurar as suspeitas.

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