terça-feira, 3 de setembro de 2013

ECONOMIA: Ibovespa amplia queda; dólar inverte sinal e recua a R$ 2,36

De OGLOBO.COM.BR
JOÃO SORIMA NETO (EMAIL)
COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Tensão na Síria volta à pauta dos investidores
Queda na produção industrial brasileira também é analisada pelo mercado
SÃO PAULO - O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, se mantém no campo negativo nesta terça-feira com o recrudescimento da tensão em relação à Síria e um número mais fraco da produção industrial brasileira em julho. Às 15h20m, o índice se desvalorizava 0,74% aos 51.453 pontos e volume negociado de R$ 4,3 bilhões.
No mesmo horário, a moeda americana inverteu a tendência de alta, mantida durante todo o dia, e passou a cair frente ao real. A moeda americana estava sendo negociada a R$ 2,360 na compra e R$ 2,362 na venda, uma baixa de 0,46%. Na máxima do dia, a moeda americana bateu em R$ 2,405 e na mínima chegou a ser negociada a R$ 2,360.
"Há um fluxo de entrada (de dólares) bastante importante relacionado a uma operação corporativa", afirmou o economista-chefe do Espírito Santo Investment Bank, Jankiel Santos, à agência de notícias Reuters.
O Banco Central voltou a oferecer dólares no mercado futuro e vendeu os 10 mil contratos ofertados na operação de swap cambial realizada nesta terça, entre 9h30 e 9h40. Foram vendidos US$ 498,2 milhões em contratos, que têm vencimento em 2 de dezembro deste ano, dentro do plano de ação anunciado pelo BC para tentar frear a velocidade de alta frente ao real.
No Brasil, a produção industrial caiu 2% em julho, na comparação com o mês anterior, na série com ajustes sazonais. Em junho, a produção subiu 2,1% sobre maio. Com isso, o mercado começa a avaliar que o bom desempenho do PIB no segundo trimestre - com crescimento de 1,5% - não deve se repetir no período entre julho e setembro.
- O cenário macroeconômico continua ruim, com baixo crescimento e inflação. Mas a Bovespa registrou a entrada de investidores estrangeiros no mês passado e encerrou agosto em alta de 3,68%. Foi a melhora pontual no fluxo de estrangeiros que sustentou a alta - avalia Ivan Kraiser, diretor de renda variável da Legan Asset.
Segundo o economista do Itaú Unibanco, Aurélio Bicalho, os primeiros dados de agosto também sugerem fraqueza da indústria. Diante desse cenário, o banco projeta queda da produção industrial no terceiro trimestre deste ano.
“Acreditamos que a taxa de câmbio mais depreciada, os juros em alta e a confiança dos empresários em baixa já começam a impactar a demanda por máquinas e equipamentos. E isso contribuirá para um desempenho mais fraco da atividade industrial neste terceiro trimestre”, diz o economista em relatório.
Entre as ações mais negociadas do Ibovespa, Vale PNA cai 0,28% a R$ 31,96; Petrobras PN se desvaloriza 1,41% a R$ 16,71; OGX Petróleo ON tem alta de 2,50% a R$ 0,42; Itaú Unibanco PN cai 1,12% a R$ 28,97 e Bradesco PN se desvaloriza 1,14% a R$ 27,63.
No mercado de juros futuros, as taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DIs) acompanham a alta do dólar. Os papéis com vencimento em janeiro de 2014 avançam de 9,28% para 9,30%. Os contratos com vencimento em janeiro de 2015 passam de 10,52% para 10,62% e os DIs que vencem em janeiro de 2017 têm taxa subindo de 11,83% para 11,92%.
Nos Estados Unidos, os pregões reabriram em alta depois do feriado do Dia do trabalho. O S&P 500 sobe 0,21%; o Dow Jones inverteu o sinal e perde 0,05% e o Nasdaq tem alta de 0,29%. O setor industrial dos Estados Unidos cresceu no mês passado no ritmo mais rápido em mais de dois anos, impulsionando as expectativas de um crescimento mais forte do país no segundo semestre do ano, mostrou nesta terça-feira o relatório do Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM, na sigla em inglês).
O ISM informou que seu índice sobre a atividade industrial nacional subiu para 55,7 em agosto ante 55,4 no mês anterior, superando as expectativas de um nível de 54. Foi o patamar mais alto desde junho de 2011.
Os investidores também estão em compasso de espera por novos dados do mercado de trabalho americano, que serão divulgados na sexta-feira. Se os números vierem positivos, cresce a expectativa de que o Federal Reserve (o banco central americano) comece a reduzir os estímulos à economia do país.
A tensão em relação a uma intervenção militar na Síria voltou a preocupar o mercado após informações de que os EUA e Israel testaram mísseis no Mar Mediterrâneo. Os mísseis foram detectados pelo Ministério da Defesa russo. O presidente dos EUA, Barak Obama, aguarda a aprovação do Congresso para atacar a Síria.
O líder do Partido Republicano na Câmara dos Representantes, o deputado Eric Cantor, disse que apoiará o uso de força militar pelos Estados Unidos para "evitar e responder ao uso de armas de destruição em massa, especialmente por um Estado terrorista como a Síria".
- O apoio dos Republicanos a um ataque à Síria trouxe mais cautela aos investidores no cenário externo, que já estão na expectativa dos números do emprego que serão divulgados na sexta. Os principais índices americanos perderam força - diz o estrategista da corretora Futura, Luís Gustavo Pereira.
Na Europa, as principais Bolsas fecharam em queda. O índice Dax, da Bolsa de Frankfurt, caiu 0,77%; o Cac, da Bolsa de Paris, recuou 0,80% e o FTSE, do pregão de Londres, perdeu 0,58%.

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