quinta-feira, 20 de setembro de 2012

ECONOMIA: Taxa de desemprego cai para 5,3% em agosto, a mais baixa para o mês desde 2002

De OGLOBO.COM.BR

Índice recua em relação a julho e junho. Renda média sobe 1,9%
RIO — A taxa de desemprego do país foi de 5,3% em agosto, informou o IBGE na manhã desta quinta-feira, a mais baixa para o mês desde 2002, quando o instituto começou a calcular o número dessa forma. Foi também o menor nível de desemprego desde dezembro do ano passado, quando a taxa foi de 4,7%.
O nível de desocupação também caiu em relação a julho e junho, quando as taxas haviam sido de 5,4% e 5,9%, respectivamente, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego (PME). Os números sobre esses meses foram divulgados também nesta quinta-feira, pois uma greve dos funcionários do instituto impediu o cálculo dos dados nos últimos dois meses. Em agosto do ano passado, o desemprego foi de 6%.
— Os últimos dados de emprego mostram que há a tendência de um desemprego em patamares mais baixos este ano do que em 2011 — afirmou Cimar Azeredo, gerente das pesquisas de trabalho e rendimento do IBGE.
Segundo ele, o desemprego ficou de janeiro a agosto, em média, em 5,7% este ano. É a menor taxa média para os oito primeiros meses desde o início da série histórica. No ano passado, essa média foi de 6,3%. Em 2010, ficou em 7,2%. Já em 2003, a taxa foi mais que o dobro da de agora: 12,4%.
Apesar das quedas sucessivas na taxa de desocupação, Azeredo afirmou que ainda não se pode falar de pleno emprego no país:
— Temos ainda um grande passivo de informalidade e de disparidades regionais, tanto de renda quanto de qualidade do emprego. Por mais que a taxa caia, enquanto esses problemas não forem resolvidos, não se pode dizer que o pleno emprego foi atingido. Ele envolve variáveis que vão muito além da taxa. Na verdade, com o nosso passivo, não podemos nem dizer que estamos caminhando para isso.
Segundo Azeredo, na média dos oito primeiros do ano, 2012 registrou o maior rendimento real dos trabalhadores em toda a série histórica, atingindo R$ 1.744,15. Em relação a julho, o aumento foi de 1,9%. Na comparação com agosto de 2011, a estimativa aumentou 2,3%.
Desemprego atinge 1,3 milhão de pessoas
O número de pessoas que estão sem trabalho foi de 1,3 milhão em agosto, queda de 10,6% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Em relação a julho, contudo, o total de desempregados permaneceu o mesmo.
Já a população empregada nas seis regiões metropolitanas pesquisadas (Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre) chegou a 23 milhões, um aumento de 1,5% desde agosto de 2011. Esse avanço representou um aumento de 328 mil trabalhadores no contingente de desempregados.
De acordo com Cimar Azeredo, o grande destaque foi a indústria, que gerou 100 mil novos postos de trabalhos na passagem de julho para agosto.
— Em algumas regiões, como Belo Horizonte, Porto Alegre e até no Rio, há de fato um aquecimento na indústria, e essa é a grande notícia sobre o emprego em agosto. Nesse período do ano, é normal que a indústria retome a atividade, mas o importante é que a economia está permitindo a contratação — afirmou o técnico do IBGE.
Ele notou que os dados mostram que as medidas de estímulo a economia baixadas pelo governo nos últimos meses contribuiu para a geração de vagas.
— Com certeza, todo o incentivo que o governo tem dado à economia tem efeito no mercado de trabalho. O rendimento médio, por exemplo, cresceu 2,3% na comparação com o ano passado. Ou seja, o poder de compra da população está maior. Se você estimula o consumo em um cenário desse, certamente haverá mais contratações. Não podemos precisar se isso é efeito do IPI menor ou de qualquer outro estímulo, mas o efeito existe — observou Azeredo.
Número de trabalhadores com carteira assinada chega a 11,4 milhões
O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado manteve-se praticamente estável na passagem de julho para agosto (variação de 1,2%), mas mostrou crescimento de 3,2% em relação 2011, chegando a 11,4 milhões. Ao todo, foram 356 mil novas carteiras assinadas no mercado de trabalho. Por outro lado, o contingente de trabalhadores sem carteira caiu 3% em um ano, reduzindo o seu número em 75 mil profissionais, ficando em 2,4 milhões.
O nível de ocupação do país — fatia da população com trabalho entre as pessoas com idades a partir de 10 anos — aumentou, entre janeiro e agosto, de 53,5% para 54%. Em agosto do ano passado, o nível foi de 53,9%.
— A economia está dando conta de gerar emprego em um ritmo superior ao da entrada de pessoas no mercado — assinalou. —Até os oito meses, a gente não observa vestígio nenhum da crise. Pode até ser que o desenvolvimento do mercado de trabalho poderia ser melhor sem a crise, mas isso é conjectura.
Desemprego no Rio é de 4,7%, em Salvador, de 6,4%
Com o fim da greve dos seus servidores, o IBGE também informou nesta quinta-feira as taxas de desemprego nos últimos meses para as regiões metropolitanas de Rio e Salvador, que haviam ficado de fora das últimas divulgação por causa da paralisação.
No Rio, o nível de desocupados acompanhou o comportamento do país e vem caindo desde junho, quando ficou em 5,2%. Em julho, caiu para 5% e chegou a agosto em 4,7%. Em Salvador, o número que não havia sido divulgado era referente a julho, que foi de 6,7%. Em agosto, o nível caiu para 6,4%.
No mês passado, o desemprego apresentou queda em quatro das seis regiões pesquisadas. As exceções foram São Paulo (subiu de 5,7% para 5,8%) e Recife (de 6,5% para 6,7%). Em Belo Horizonte, o número caiu de 4,4% para 4,3%; em Porto Alegre, de 3,8% para 3,5%.

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