De OGLOBO.COM.BR
Paulo Celso Pereira
Nomes do partido em cidades como BH, São Paulo e Porto Alegre vão mal nas pesquisas
BRASÍLIA - O PT enfrentará uma dura batalha para conseguir sair das eleições
de outubro controlando qualquer uma das dez maiores cidades do país. Com a
definição de Patrus Ananias como candidato em Belo Horizonte, os petistas
passaram a ter nomes próprios em sete delas. Mas, se há três semanas a situação
geral parecia alvissareira, hoje o quadro é sombrio. O único candidato do
partido que lidera as pesquisas em uma dessas capitais é o senador Humberto
Costa, em Recife, mas lá ele terá de enfrentar o candidato do governador Eduardo
Campos (PSB), com aprovação popular que já chegou a 90%, e que está construindo
uma aliança com quase uma dezena de partidos que antes estavam com o PT.
Em São Paulo, o petista Fernando Haddad só agora chegou aos 8% de intenção de
voto, ainda distante dos 30% do tucano José Serra. Terá contra si na campanha as
máquinas da prefeitura de Gilberto Kassab e do governo de Geraldo Alckmin, ambos
aliados de Serra. Para completar, ainda que Lula continue sendo apontado como
principal eleitor na cidade, sua capacidade de influência vem se reduzindo nos
últimos meses.
O cenário é parecido em Belo Horizonte. Com a ruptura sacramentada no fim de
semana, o PT terá pela frente a missão de fazer Patrus Ananias superar os pesos
das máquinas da prefeitura e do governo de Antonio Anastasia para derrotar o
prefeito Márcio Lacerda, que lidera as pesquisas com grande folga. E o senador
Aécio Neves, patrono da candidatura de Lacerda, é apontado nas últimas pesquisas
como o principal eleitor na cidade.
No Rio, o partido firmou uma aliança com o prefeito Eduardo Paes e indicou
para vice o vereador Adilson Pires. O mesmo ocorreu em Manaus, onde o partido
indicou o vice da candidata do PCdoB, senadora Vanessa Grazziotin, e em
Curitiba, com vice na chapa de Gustavo Fruet (PDT). Em Porto Alegre, o partido
lançou o deputado estadual Adão Villaverde, que tem menos de 10% das intenções
de voto, em um cenário de polarização entre as candidaturas do atual prefeito
José Fortunati (PDT) e da deputada Manuela D’Ávila (PCdoB), os dois com mais de
30% das intenções de voto.
Em Salvador e Fortaleza, que com Recife formam as três maiores capitais
nordestinas, o cenário também é incerto. Se dois anos atrás o governador Jaques
Wagner (PT) se reelegeu com 63% das intenções de voto, hoje sua popularidade já
não é tão grande. É nesse cenário que o candidato do PT, Nelson Pellegrino,
enfrentará seu principal adversário, o deputado ACM Neto, que lidera com folga
as pesquisas.
Em Fortaleza, por sua vez, o PT também viu o PSB se descolar de sua
candidatura e, assim, ficou sem apoio do governador Cid Gomes. O petista Elmano
Freitas, escolhido pela prefeita Luizianne Lins para sucedê-la, amargava entre
1% e 2% na pesquisa Ibope divulgada em maio. A gestão de Luizianne vem sendo mal
avaliada.
— Em Belo Horizonte, Recife e Fortaleza, a situação só chegou a esse ponto
pelas divergências internas do PT. O PT vem sendo vítima de suas próprias
divergências e incompreensões. Eles demoraram meses para definir seus campos —
avalia um ex-aliado.
Em Belém, o candidato petista será o deputado estadual Alfredo Costa, que
está mal nas pesquisas e não anima nem mesmo os correligionários de lá. Pela
frente, ele tem candidatos fortes. O líder das pesquisas é o ex-petista Edmílson
Rodrigues (PSOL), seguido do candidato de Jader Barbalho, José Priante (PMDB) e
do candidato do governador Simão Jatene, Zenado Coutinho (PSDB).
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