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Comissão analisa se o processo por quebra de
decoro está de acordo com a Constituição
BRASÍLIA - Relator do processo por quebra de decoro contra o senador
Demóstenes Torres (sem partido-GO) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ),
o sendor Pedro Taques (PDT-MT) afirma, em seu parecer, que o pedido de cassação
está de acordo com a Constituição e o Regimento do Senado. Taques ressalta ainda
que Demóstenes teve direito à ampla defesa e ao contraditório. A CCJ vota nesta
quarta-feira o relatório, última etapa antes da votação do pedido de cassação em
plenário.
Demóstenes desistiu de comparecer na CCJ e sua defesa será feita pelo
advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay. O senador goiano pretende
fazer novo discurso de defesa em plenário na tarde de hoje.
O relator afirma ainda que o fato de Demóstenes estar sendo investigado pelo
Supremo Tribunal Federal (STF) não é motivo para suspender o processo por quebra
de decoro, como pediu a defesa do senador:
- Nada impede o Poder Legislativo que, no exercício de sua competência
político-disciplinar, apure e aplique uma sanção ao seu membro.
Taques ainda refuta os questionamentos da defesa em relação à tramitação do
processo por quebra de decoro:
- Ao lado do correto enquadramento constitucional realizado pelo Conselho de
Ética e Decoro, verifica-se que, no presente caso, também foram plenamente
atendidos os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório
A CCJ não faz análise do mérito do processo por quebra de decoro. Seu papel é
analisar se o procedimento está de acordo com a Constituição e o Regimento do
Senado.
A expectativa é que o relatório seja aprovado na CCJ nesta quarta-feira, e
que o pedido de cassação de Demóstenes seja votado em plenário no dia 11. Para
cassar o mandato de um senador são necessários 41 dos 81 votos. A votação em
plenário é feita de forma secreta.
Em discurso na terça-feira, o senador
disse que o processo de quebra de decoro contra ele é baseado em provas
ilegais. Discursando novamente para um plenário vazio, Demóstenes afirmou
que é um "bode expiatório", "a bola da vez", e apelou para o espírito do corpo
do Senado ao alertar para o precedente de cassar um parlamentar por grampos
telefônicos feitos sem autorização do STF.
Ele sustenta que a Polícia Federal não podia ter grampeado suas conversas
telefônicas sem autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), já que senadores
têm direito a foro privilegiado. Ele também afirmou que não teve direito à ampla
defesa e ao contraditório.
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