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O GLOBO, COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
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Empresa perdeu mais de US$ 100 milhões entre 2007 e 2012, por queda de demanda
MONTEVIDÉU — O governo uruguaio decidiu nesta quinta-feira liquidar a
companhia aérea Pluna, que anunciou a suspensão de todos os seus voos por conta
dos sérios problemas financeiros que a empresa enfrenta. De acordo com
comunicado da companhia, os voos serão suspensos nesta sexta-feira ao meio-dia,
no horário de Brasília. A Pluna tem uma frota de 13 aviões Bombardier CRJ900
Nextgen que conecta Montevidéu a cidades de Argentina, Brasil e Chile
— A situação econômico-financeira da empresa torna impossível garantir uma
operação adequada — indicou a companhia por meio de um comunicado, no qual
esclareceu que a suspensão dos voos é de "indefinidamente."
O Estado uruguaio é o único administrador da Pluna desde meados de junho,
quando o fundo de investimento que detinha 75% da companhia abandonou sua
participação após se negar a capitalizá-la. Uma agência estatal controlava a
fatia de 25% restante.
— A empresa era insolvente e sua situação atual está muito comprometida. Não
se pode financiar a operação, não há liquidez, e nesta situação (a companhia
aérea) não pode continuar voando — disse à Reuters a fonte do Poder Executivo
sob condição de anonimato.
Está previsto que o Conselho de Ministros elabore na segunda-feira um projeto
de lei que contemple um chamado aos interessados para criar uma nova companhia
aérea com participação estatal, uma proposta que conta com o aval do presidente
do Uruguai, José Mujica. O governo uruguaio buscou um sócio para injetar fundos
na problemática companhia aérea, mas seus esforços fracassaram. A petroleira
estatal Ancap ameaçou várias vezes cortar o abastecimento de combustível à
empresa por falta de pagamento.
O plano do governo uruguaio era tentar fechar um acordo com a empresa
canadense JazzAir, que segundo a imprensa uruguaia já teria desistido da
negociação, ou com o empresário Juan Carlos López Mena, dono da pequena
companhia aérea Buquebus (BQB), mas que detém o controle. Se isso não for
possível, o governo pretende recuperar parte do dinheiro investido na empresa
vendendo seus ativos, como os aviões.
Questionado pelo semanário Búsqueda sobre qual seria o destino da companhia
aérea, o presidente uruguaio José Mujica se limitou a dizer:
— O presidente não é partidário de continuar perdendo dinheiro.
A Pluna registrou prejuízo de mais de US$ 100 milhões entre 2007 e 2012 por
conta da queda de demanda de passagens, consequência da desaceleração das
economias da região, o alto preço de combustível e problemas de tráfego
aéreo.
— Não temos como continuar voando ... Não há norma que permita ao governo
colocar dinheiro dentro da empresa. A única maneira era com a capitalização do
privado e o Estado colocando a sua parte — disse a fonte do governo.
A Pluna ainda não definiu como irá ressarcir os passageiros afetados pela
suspensão dos voos. O sindicato dos funcionários da companhia fez uma
paralisação na quarta-feira e quinta-feira em defesa dos empregos, o que obrigou
o cancelamento de 60 voos.
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