segunda-feira, 7 de novembro de 2011

MUNDO: Líderes gregos vão escolher novo primeiro-ministro para comandar governo

O Globo, com agências (economia@oglobo.com.br)

ATENAS - Os líderes dos dois maiores partidos da Grécia retomam negociações nesta segunda-feira para escolher quem deve ser o novo primeiro-ministro do país e qual vai ser a composição de um novo governo. Na noite de domingo, o atual premier, George Papandreou, aceitou renunciar - como havia prometido - para que seja formado um governo de coalizão, em que o PASOK, partido que elegeu mais parlamentares em 2009, cede participação e poder ao maior partido da oposição, o Nova Democracia.
Segundo a imprensa local, o ex-vice-presidente do Banco Central Europeu Lucas Papademos é o mais cotado para ser o novo primeiro-ministro, que vai ficar no poder até 19 de fevereiro, quando, então, convocará eleições gerais para a formação de um novo Parlamento.
Outro político cotado ao cargo é o atual ministro das Finanças da Grécia, Evangelos Venizelos.
O governo de coalizão é uma tentativa de impulsionar a execução do acordo de resgate financeiro acertado em 27 de outubro e prevenir a quebra do país.
Os mercados europeus, no entanto, permaneciam cautelosos sobre a capacidade de que esse acordo venha a resolver a turbulência política do país.
Os governos europeus também aguardam novidades sobre a composição do novo governo da Grécia. Os ministros das Finanças dos 17 países da zona do euro se encontram em Bruxelas nesta segunda-feira para discutir novas ações contra a crise europeia.
- O que está claro é que os parceiros europeus estão se tornando mais e mais intransigentes com a Grécia e vão querer provas de avanços concretos na noite de segunda-feira - disse Silvio Peruzzo, analista do Royal Bank of Scotland.
O atual primeiro-ministro, George Papandreou, e o líder da oposição e presidente do partido Nova Democracia, Antonis Samaras, devem decidir a composição do novo governo, que será encarregado de aprovar as contrapartidas para a liberação do segundo pacote de resgate grego, de 130 bilhões de euros.
Papandreou e Samaras concordaram em formar uma coalizão interina na noite de domingo sob crescente pressão internacional.
Como parte do acordo, Papandreou concordou em renunciar na metade do seu mandato de quatro anos, já que só deixaria o poder oficialmente em 2013. Eleito após uma vitória esmagadora há cerca de dois anos, Papandreou foi acuado por líderes europeus, opositores e até correligionários na semana passada após ver rejeitada a sua proposta de realizar um referendo para submeter à aprovação popular a aceitação do segundo pacote de resgate na Grécia.
O vice-chanceler da Alemanha, Philipp Roesler, alertou novamente a Grécia para que não demore na aprovação das reformas exigidas para a liberação do segundo pacote de resgate.
- Os próprios gregos têm a escolha: fazer reformas e ficar na zona do euro; ou não fazer reformas e sair. Não há terceira via - disse Roesler ao jornal alemão "Bild".
Frustrados com a lenta implementação das reformas de gastos na Grécia, os credores ameaçaram reter a sexta parcela do primeiro pacote de resgate, orçada em 8 bilhões de euros, até que o negócio seja formalmente aprovado na Grécia.
A Grécia ainda consegue honrar seus compromissos financeiros devido ao primeiro pacote de resgate, de 110 bilhões de euros. A principal tarefa do novo governo é obter o segundo pacote, de 130 bilhões de euros. Para isso, precisa que credores privados do país, como bancos e fundos de investimento, concordem em ficar sem o pagamento de 50% do valor de face de títulos de dívida grega, numa espécie de calote parcial. Isso vai permitir ao país se livrar de pagar 100 bilhões de euros em dívidas.

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