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POR FABIANO ROCHA E MARCOS NUNES
Combustível é destinado a garantir o fluxo de abastecimento das Forças Armadas

Forças Armadas estão estacionadas dentro do pátio da Reduc - Marcelo Theobald / Agência O Globo
RIO - Militares das Forças Armadas chegaram à Reduc, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, onde alguns caminhoneiros protestam nesta sexta-feira. Por volta das 15h, um comboio com carros e motociciletas chegou pela Rodovia Washington Luís. Às 17h, os militares escoltaram caminhões de combustível que saíram da refinaria para garantir o fluxo de abastecimento das Forças Armadas.
De acordo com a assessoria do Exército, a ação não guarda relação com a natureza do emprego determinado pelo presidente Michel Temer nesta sexta-feira.
— Pediram só pra dar um tempinho, mas já me liberaram para seguir viagem — disse um motorista de um caminhão que estava transportando pequena quantidade de massas.
A Polícia Militar confirmou, durante esta manhã, que dois caminhões de combustível saíram escoltados da Reduc. Ainda de acordo com os militares, eles foram abastecer quartéis de Mesquita, Campo Grande e unidades da PM no Estácio e em Sulacap. O protesto é acompanhado por por policias rodoviários federais e policiais militares, além de muitos curiosos. Douglas Ramos, de 28 anos, veio cavalgando do Bairro Pilar, em Caxias, na Baixada Fluminense, para observar o protesto.
— Acho justo o movimento deles. Tem mesmo de protestar para conseguir algo — disse Douglas, enquanto cavalgada com a égua Iara, de oito anos.
Em nota, o Gabinete de intervenção federal pontuou que, desde o início da greve, "monitora os impactos" para o estado. O planejamento do gabinete prevê a atuação das forças seguranças estaduais e, caso necessário, das forças federais. Ainda em nota, o interventor federal, General Walter Braga Netto, reforça que todas as providências necessárias estão sendo tomadas.
— Minha principal preocupação é com a população, para que não haja desabastecimento — diz o interventor no texto, que volta a destacar a normalidade de combustível nas instituições policiais e no curso das operações previstas.

Militares das Forças Armadas chegam até a manifestação próximo à Reduc - Agência O Globo
Muita gente também está aproveitando o protesto para tentar ganhar um dinheiro extra. Um motorista de ônibus, que está de folga e pediu para não ser identificado, está vendendo salgados e guaranás na beira da Washington Luís. Leonardo Ribeiro, de 32 anos, também aproveita a ocasião. Durante a noite ele trabalha como motorista de aplicativo. Já de dia, se torna vendedor de quentinhas. A iguaria é vendida a R$ 12.
— Já trabalho na região com quentinhas há 3 anos. Esperava que com o protesto fosse vender muito mais . Porém, não posso reclamar. Já vendi 40. Só sobraram duas.

Caminhoneiros parados na porta da Reduc estão parando pequenos veículos de transporte - Fabiano Rocha / Agência O Globo
Uma equipe do GLOBO constatou, no fim desta manhã, que os motoristas são obrigados a parar no acostamento, onde os manifestantes permanecem, e podem fica impedidos de trafegar por mais de uma hora. Duas viaturas da Policia Rodoviária Federal (PRF)acompanhavam os caminhoneiros, mas não impediram a ação enquanto a reportagem Procurada, a PRF ainda não retornou.
No início da tarde, os caminhoneiros liberaram a pista para a passagem de veículos e soltaram fogos. Além disso, agitaram uma bandeira durante o protesto.
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