sexta-feira, 25 de maio de 2018

PARALISAÇÃO: Apesar de acordo, 'ordem é não sair', dizem caminhoneiros em greve em SP

OGLOBO.COM.BR
POR ELISA MARTINS

No Rodoanel, filas de caminhões continuam. Grupos se organizam pelo Whatsapp e mostram hostilidade contra sindicatos

No quinto dia de paralisação, filas de caminhões continuam no Rodoanel Mario Covas, próximo de Embu das Artes - Edilson Dantas / Agência O Globo

SÃO PAULO - Apesar do acordo fechado nesta quinta-feira com as lideranças de caminhoneiros em Brasília, nas estradas a situação é outra. Nas principais vias de São Paulo, motoristas continuam parados na pista. A orientação entre os grupos "é não sair". No Rodoanel Mario Covas, uma fila de caminhões se estende até Embu das Artes, pelo menos. Motoristas estão parados no acostamento e em uma das pistas da estrada. O frio aumentou de ontem para hoje, mas os caminhoneiros afirmam que não vão deixar o local.
- Cadê o Diário Oficial? Como foi protocolado esse acordo? Palavras se perdem no vento. Não tem nada escrito. Então aguardamos uma decisão real - diz Vilmar Schröeder, caminhoneiro há 25 anos.
Ele afirma que "a orientação do sindicato" é não sair. Outros grupos se organizam entre eles mesmos, com "porta-vozes informais", com informações passadas entre grupos de WhatsApp. Há hostilidade em relação ao sindicato entre muitos caminhoneiros.
Empresas, comerciantes e moradores dão comida a manifestantes
Empresas de caminhões, comerciantes e moradores das regiões onde se concentram os protestos têm oferecido comida aos motoristas. É com esse apoio logístico que os caminhoneiros pretendem continuar nas vias. As cargas perecíveis, porém, têm se perdido.
- Só vamos sair quando houver algo concreto. Estamos tomando prejuízo também. Mas se não resolver nossa situação dessa vez não adianta. Aí é melhor rasgarmos nossa carteira de motoristas - acrescenta Vilmar.
Na mesma fila de caminhões estacionados, Valdecir Barbosa aguardava a liberação da pista com seu caminhão carregado de ferragem. Ia descarregar em Taboão da Serra, a poucos quilômetros dali, mas ficou parado em uma barreira.
- Não dá para seguir viagem. Os bloqueios continuam - conta o caminhoneiro há 30 anos.
Assim como outros motoristas parados no local, Valdecir diz apoiar "o movimento".
- É importante essa paralisação. Do jeito que está não conseguimos trabalhar mais. O combustível sobe todo dia. O frete não.

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