terça-feira, 22 de maio de 2018

MUNDO: Venezuela expulsa principal diplomata dos EUA e critica sanções

FOLHA.COM
CARACAS

Resolução do governo Trump é 'crime contra a humanidade', diz Caracas

O ditador venezuelano, Nicolás Maduro, declarou "persona non grata" o principal diplomata dos Estados Unidos no país e deu 48 horas para Todd Robinson, encarregado de negócios da Embaixada americana em Caracas, deixar a Venezuela.

Todd Robinson, encarregado de negócios na Embaixada dos EUA em Caracas e principal diplomata americano na Venezuela - Carlos Garcia Rawlins/Reuters

Maduro acusou Robinson, que assumiu o posto em dezembro passado, de conspirar contra o governo venezuelano, mas não apresentou evidências. Desde 2010, quando terminou o mandato de Patrick Duddy, os EUA não têm um embaixador em Caracas.
A medida ocorre no mesmo dia em que o governo venezuelano classificou de "crimes contra a humanidade" as novas sanções econômicas anunciadas pela Casa Branca na segunda-feira (21) contra a Venezuela depois da contestada vitória de Maduro na eleição de domingo (20).
"Essas medidas arbitrárias e unilaterais constituem um crime contra a humanidade", disse em nota a Chancelaria venezuelana. "A Venezuela mais uma vez condena a sistemática campanha de agressão e hostilidade do regime americano para punir o povo venezuelano por exercer seu direito ao voto."
Segundo Maduro, as sanções "ofendem a dignidade nacional" e causam sofrimento ao povo.
Os EUA estão entre os países que não reconheceram a eleição presidencial marcada por uma abstenção de 54% —a mais alta em pleitos para presidente no país— e denúncias de fraude do lado chavista.
O governo Donald Trump respondeu com sanções nesta segunda-feira (21) limitando os ativos do regime venezuelano no exterior, aumentando a pressão sobre um país que enfrenta grave crise econômica, hiperinflação de 14.000% e desabastecimento de alimentos e remédios.
Segundo dados do CNE (Conselho Nacional Eleitoral), Maduro foi reeleito com 67,7% dos votos, ante 21% do oposicionista Henri Falcón, que rompeu com parte da oposição que defendeu um boicote ao pleito.
A oposição agora pede uma nova eleição em dezembro e prometeu convocar protestos em todo o país.

Opositores como Henrique Capriles, María Corina Machado, Leopoldo López, Antonio Ledezma e Freddy Guevara não disputarão a eleição presidencial porque tiveram seus direitos políticos cassados, foram para fora do país ou temem fraude que favoreça o ditador Nicolás Maduro Ueslei Marcelino - 1º.ago.2017/Reuters

O CNE, que a oposição acusa de servir ao chavismo, referendou nesta terça a vitória de Maduro. Durante o evento, o ditador venezuelano afirmou que a "Venezuela enfrenta uma guerra não convencional para tentar recolonizá-la".
Aliadas de Maduro, China e Rússia também criticaram as sanções impostas pelos EUA.
Pequim afirmou que acredita que Washington e Caracas deveriam resolver suas diferenças por meio do diálogo. Moscou declarou que não vê de forma positiva a imposição de novas sanções.
Tanto China como Rússia forneceram bilhões de dólares em crédito para a Venezuela nos últimos anos. O governo Trump tem tentado convencer os dois países a parar de financiar Caracas, sem sucesso.
REUTERS

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