segunda-feira, 21 de maio de 2018

ECONOMIA: Dólar cai 1,3%, abaixo de R$ 3,69, com maior intervenção do BC após 6 altas

OGLOBO.COM.BR
POR RENNAN SETTI

Autoridade monetária triplicou a venda de dólares para conter turbulência

Foto: Dado Ruvic/Reuters

RIO - Depois de acumular alta de 3,86% na semana passada e de engatar seis dias seguidos de valorização, o dólar comercial finalmente fechou em queda nesta segunda-feira. A divisa americana recuou 1,36%, cotada a R$ 3,688 para venda ante o real, na contramão do movimento internacional da moeda e reagindo à maior intervenção do Banco Central (BC). Foi a maior queda diária do dólar desde 14 de fevereiro. Para atenuar a turbulência no câmbio, a autoridade monetária decidiu triplicar hoje as operações de “swap cambial” — equivalente à venda de dólares no mercado futuro. Com isso, o real é a moeda que mais ganha valor frente ao dólar no mundo nesta segunda.
No mercado acionário, o Ibovespa, índice de referência da Bolsa B3, fechou em queda de 1,52%, aos 81.815 pontos. Foi a primeira vez desde fevereiro que a indicador fecha abaixo dos 82 mil pontos. Pressionou o pregão, sobretudo, a convocação, pelo presidente Michel Temer, de uma reunião ministerial para tratar da alta dos combustíveis. Com isso, as ações da Petrobras caíram mais de 2%.
O BC aumentou a oferta diária de swaps cambiais de 5 mil para 15 mil contratos diário, o que significa que um total de US$ 750 milhões será oferecido hoje na tentativa de acalmar o mercado de câmbio. Todos os contratos oferecidos ao mercado foram negociados, e o vencimento é para 2 de julho.
Por meio dos swaps, o BC oferece um contrato de venda de dólares, com uma data de específica de vencimento, mas não entrega a moeda americana. Na data de encerramento desses contratos, o investidor se compromete a pagar uma taxa de juros sobre o valor deles e recebe do BC a variação do dólar no mesmo período. Esses contratos ajudam a minimizar a volatilidade da moeda americana.
— Sem dúvida, a atuação do BC é a responsável pela queda do dólar hoje. Não só os 15 mil contratos como o fato de ele ter avisado que pode atuar em qualquer momento do dia. Isso traz imprevisibilidade para quem estiver especulando com a moeda. Infelizmente, o cenário externo não está ajudando, com a alta do dólar no restante do mundo. Então, o efeito é um pouco limitado — afirmou Paulo Petrassi, da Leme Investimentos. — Mas as pessoas devem saber que a volatilidade ainda vai continuar, até mesmo por causa da corrida eleitoral.
Em escala global, o dólar sobe 0,2% diante das dez principais moedas globais depois de secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, ter dito que os EUA estavam “colocando a guerra comercial em pausa” por causa de avanços nas negociações com a China. No sábado, as duas maiores economias do mundo concordaram em abandonar as ameaças de imposição de tarifas enquanto trabalham em um acordo de comércio mais amplo. A China concordou em adotar medidas para aumentar as importações dos EUA e reduzir o déficit comercial dos EUA.
— Isso sugere que a lógica vai prevalecer no fim — disse Athanasios Vamvakidis, estrategista de câmbio do Bank of America Merrill Lynch, em entrevista à TV Bloomberg. — Essa é uma boa notícia para o dólar.
Em escala global, o dólar sobe 0,2% diante das dez principais moedas globais depois de secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, ter dito que os EUA estavam “colocando a guerra comercial em pausa” por causa de avanços nas negociações com a China.
— Isso sugere que a lógica vai prevalecer no fim — disse Athanasios Vamvakidis, estrategista de câmbio do Bank of America Merrill Lynch, em entrevista à TV Bloomberg. — Essa é uma boa notícia para o dólar.
Na Bolsa, as ações da Petrobras caíram 3,35% (ON, a R$ 29,19) e 2,34% (R$ 25,05, PN), enquanto a Ultrapar recuou 5,94%, com a notícia da reunião de Temer sobre a alta dos combustíveis. A Vale, por sua vez, teve queda de 3,23% (R$ 53).
— Nos últimos trinta dias, a Bolsa ficou “de lado”, parada. Nesse período, só Petrobras e Vale seguraram o índice, graças a valorização das commodities. Eram, logo, os dois papeis que tinham mais “gordura” para realização de lucros. Hoje, esses dois pilares começaram a se rachar, com o minério de ferro caindo na China e com a mera especulação de que essa reunião ministerial de emergência possa trazer eventual intervenção na política de combustíveis da Petrobras. Esse boato, por si Só isso, gera um desconforto — explicou Raphael Figueredo, analista da Eleven Financial Research.
As ações da CCR terminaram estáveis, com o pedido de revisão do contrato da BR-163 compensando a notícia, publicada pelo jornal "Folha de S. Paulo", de que o Ministério Público de São Paulo apura se a concessionária pagou R$ 5 milhões em caixa dois à campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) em 2010.
A JBS subiu 1,27%, a R$ 9,57, depois de ter tido sua nota de crédito elevada de B3 para B1 pela agência de classificação de risco Moody's.
A Cesp subiu 3,77%, a R$ 16,50, após a concessionária de energia ter conseguido derrubar liminar que suspendia a renovação da concessão da hidrelétrica Porto Primavera. A operação é considerada importante para a privatização da Cesp que o governo paulista quer promover este ano.

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