quarta-feira, 16 de agosto de 2017

INVESTIGAÇÃO: Justiça toma passaporte e quebra sigilo fiscal e bancário de Rodrigo Bethlem

JB.COM.BR

Ex-secretário de Paes já tem histórico de envolvimento em investigações policiais

O juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio, determinou a quebra do sigilo telefônico e dos dados bancários e fiscais do ex-secretário municipal de Assistência Social Rodrigo Bethlem, além de quatro empresas ligadas a ele. O juiz determinou ainda a apreensão do passaporte de Bethlem e o proibiu de se ausentar do País por 180 dias. Também por decisão de Bretas, foi quebrado o sigilo de dois endereços de e-mail do ex-secretário. Não é a primeira vez que Bethlem se vê envolvido com investigações. Em 2011, o ex-secretário de Paes teve conversas com sua mulher interceptadas, na qual ele cita contas na Suíça e vultosos pagamentos mensais. Mas, pelo que as investigações atuais mostram, as acusações que sofreu na época não impediram que ele continuasse a atuar sem constrangimento em supostos esquemas ilegais.                                                            
Justiça toma passaporte e quebra sigilo fiscal e bancário de Rodrigo Bethlem

Nesta semana, Bethlem voltou a protagonizar investigações policiais, sendo alvo de mandado de busca e apreensão em desdobramento da Operação Ponto Final – que investiga esquema no setor de transporte do Rio. A operação prendeu, em julho, empresários ligados ao setor, como Jacob Barata Filho, conhecido como o "Rei do Ônibus", Lélis Marcos Teixeira, presidente da Fetranspor, Rogério Onofre, ex-presidente do Detro, além de outras autoridades do transporte. Mensagens de celular e e-mails interceptadas pelo Ministério Público Federal (MPF) indicam que Bethlem atuaria como intermediário de empresários de ônibus com o setor público.
A ordem de Bretas atinge ‘todas as contas de depósitos, contas de poupança, contas de investimento e outros bens, direitos e valores mantidos em instituições financeiras’ entre 2007 e 2017. “A presente cautelar pretende auxiliar no desbaratamento de toda a suposta atuação ilícita relativa no setor de transportes que, em tese, recebia vantagens indevidas e alimentava a organização criminosa liderada por políticos do Rio de Janeiro”, destacou o juiz.
“Parece que Rodrigo também detém grande influência política, eis que participa do governo do Rio de Janeiro desde 2001, quando foi eleito vereador, e se tornou homem de confiança de Eduardo Paes e Sérgio Cabral, atuando como secretário desses desde 2009.”
Bethlem é o segundo ex-secretário do ex-prefeito Eduardo Paes envolvido em investigações. No dia 3 de agosto, o ex-secretário de Obras Alexandre Pinto foi preso durante operação da PF. De acordo com o Ministério Público Federal, o esquema criminoso envolvia o pagamento de propina desviado das obras do BRT Transcarioca, construído para a realização das Olimpíadas de 2016, além das intervenções do Programa de Despoluição da Bacia de Jacarepaguá, na Zona Oeste carioca.
Conversa gravada com mulher
Bethlem teve suas conversas gravadas, em 2011, e reveladas dois anos depois por Vanessa Felippe, com quem negociava detalhes do divórcio dos dois, como o valor que ele pagaria de pensão. À época, ele revelou que embolsava aproximadamente R$ 85 mil por mês, além de seu salário como secretário. No diálogo, ele sugere que tratava-se de propina oriunda de contratos da Secretaria de Assistência Social, incluindo um convênio para cadastrar beneficiários do Programa Bolsa Família. Bethlem também afirmou ter conta bancária na Suíça. “Você está careca de saber que fui à Suíça para abrir uma conta lá... Não seja hipócrita”, disse, na conversa gravada.

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