quinta-feira, 20 de abril de 2017

LAVA-JATO: Palocci diz a Moro ter informações para mais "um ano de trabalho"

JB.COM.BR

Ex-ministro prestou depoimento, negou acusações mas afirmou estar à disposição para apresentar nomes

Antônio Palocci, ex-ministro dos governos Dilma e Lula, prestou depoimento nesta quinta-feira (19) ao juiz Sergio Moro, e afirmou que está à disposição para apresentar "nomes, endereços e operações realizadas" de "interesse da Lava Jato". Palocci negou que tenha solicitado caixa dois a Odebrecht para as campanhas presidenciais ou que favoreceu a empresa em troca de recursos ilícitos, mas reforçou que se colocava à disposição para apresentar dados que, de acordo com o ex-ministro, devem render mais "um ano de trabalho".
"E nunca pedi ou operei caixa dois. Mas ouvi dizer que isso existiu em todas as campanhas, isso é um fato. Encerro aqui e fico à sua disposição porque todos os nomes e situações que optei por não falar aqui por sensibilidade da informação estão à sua disposição", afirmou. O ex-ministro ainda elogiou a operação e chamou de "uma investigação de importância". "Acredito que posso dar um caminho, talvez, que vá lhe dar mais um ano de trabalho, mas é um trabalho que faz bem ao Brasil", disse.
Antônio Palocci

Palocci está preso desde setembro de 2016. Ele é acusado de ter pedido propina da Odebrecht em troca de favorecimentos em contratos e licitações com a Petrobras. 
No depoimento a Moro, ele confirmou que teve reuniões com Marcelo Odebrecht, mas afirma que nunca aceitou propina ou interferiu em assuntos do BNDES, Congresso e Petrobras para ajudar a empreiteira.
O ex-ministro afirmou ainda que não tratava de detalhes das doações que as empresas davam aos candidatos do PT, apenas "reforçava" os pedidos de contribuições dos tesoureiros.
"Eu nunca operei contribuições, até porque não era minha função, se fosse eu teria feito. Mas eu nunca operei contribuições. Mas eu sempre dizia ao empresário: 'atenda ao tesoureiro da campanha, vê se você pode ajuda-lo', porque eles me pediam, eu não podia deixar de fazer isso", afirmou, acrescentando: "Agora, evidentemente eu pedia recursos para as empresas acreditando que eles iam tratar disso da melhor maneira possível."
Palocci afirmou ainda: "Eles [Odebrecht] jamais me pediram uma contrapartida e jamais eu dei margem a que eles pensassem que era possível uma contrapartida vinculada a recurso de campanha".

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