quinta-feira, 20 de abril de 2017

LAVA-JATO: Léo Pinheiro diz que Lula pediu para ele destruir provas de propina

FOLHA.COM
MARIO CESAR CARVALHO, DE SÃO PAULO

Ed Ferreira - 26.mai.15/Folhapress 
José Aldemário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro, em depoimento à CPI da Petrobras em 2015

O empresário Léo Pinheiro, sócio da OAS, disse em audiência em Curitiba que o ex-presidente Lula pediu para ele destruir provas sobre propinas que a empreiteira pagou ao PT.
Segundo Pinheiro, Lula e ele discutiram sobre propina em maio de 2014, dois meses depois que a Operação Lava Jato ter sido iniciada. Lula teria perguntado se a OAS pagava propina ao PT no Brasil ou no exterior, segundo o relato feito pelo empreiteiro. Léo respondeu que pagava no Brasil, tudo segundo o empresário.
O ex-presidente arguiu se ele mantinha os registros dos pagamentos feitos ao tesoureiro do PT à época, João Vaccari Neto. O empresário disse que mantinha. Foi nesse momento, segundo Léo Pinheiro, que Lula disse para ele destruir tudo já.
A pergunta sobre a discussão de propina com Lula foi feita pelo advogado do petista, Cristiano Zanin Martins, que defende o petista.
Após a resposta de Léo Pinheiro, Martins ficou quieto, segundo relato de advogados ouvidos pela Folha.
O empresário não esclareceu na audiência se ele seguiu o pedido de Lula ou não.
TRÍPLEX
Segundo Léo Pinheiro, foi o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto que o procurou para participar do empreendimento onde foi construído o tríplex em Guarujá, o Condomínio Solaris.
"Eu fiz uma ressalva que a empresa só atuaria em grandes capitais", disse Pinheiro. "Ele me disse: 'Olhe, aqui tem algo diferente. Existe um empreendimento que pertence à família do presidente Lula. Diante do seu relacionamento com o presidente, o relacionamento da empresa, nós estamos lhe convidando para participar disso".
Pinheiro disse que procurou Paulo Okamotto, atual presidente do Instituto Lula, que confirmou a informação.
DELAÇÃO
Condenado a 39 anos de prisão e preso pela segunda vez desde setembro do ano passado, Léo Pinheiro negocia um acordo de delação premiada no qual prometeu entregar irregularidades de Lula, do PT e de ministros do STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Após o depoimento desta quinta-feira (20), os advogados Roberto Telhada e Edward Carvalho deixaram a defesa do empreiteiro. Ele era cliente dos criminalistas desde que foi preso pela primeira vez, em novembro de 2014.
Antes do depoimento, o Ministério Público confirmou que Léo Pinheiro tem negociado delação premiada com os procuradores. A defesa de Pinheiro disse a Moro que essa negociação não foi feita pelos advogados.
OUTRO LADO
O Instituto Lula nega que o ex-presidente tenha pedido a Léo Pinheiro para destruir provas de propina ao PT. A entidade diz que a afirmação foi feita por um empresário que negocia um acordo de delação com a exigência de incriminar Lula.
Eis a nota do instituto: "O depoimento de Léo Pinheiro, como a própria imprensa noticiou, foi feita em meio a um processo de negociação de delação premiada, que está sendo negociada com os procuradores desse caso. Também foi exigido dele que incriminasse o ex-presidente, segundo reportagem da Folha. A afirmação é desprovida de provas e faz ilações sobre supostos acontecimentos de três anos atrás que jamais ocorreram. Ela foi feita por alguém que busca benefícios penais". 

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