terça-feira, 7 de março de 2017

TECNOLOGIA: CIA controla celulares, PCs e até smart TVs, revela WikiLeaks

OGLOBO.COM.BR
POR O GLOBO / COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Plataforma publica documentos secretos em 'maior vazamento' da agência

Presidente Donald Trump discursa na CIA, em Langley - Andrew Harnik / AP

WASHINGTON — O WikiLeaks publicou nesta terça-feira milhares de documentos que seriam da CIA, no que descreveu como o maior vazamento na História da agência de Inteligência americana. O material revela detalhes da espionagem digital, como a existência de softwares projetados para hackear smartphones, computadores e até smart TVs. Se a autenticidade dos documentos for comprovada, seria um novo golpe catastrófico para a Inteligência dos EUA. A publicação de informações confidenciais pelo WikiLeaks e seus aliados tem repetidamente causado embaraço a Washington.
Os 8.761 documentos se concentram principalmente em técnicas de hackers, incluindo como transformar uma smart TV em dispositivos de vigilância improvisados. Entre as afirmações explosivas feitas no material é que a CIA, em parceria com outras agências de Inteligência dos EUA e estrangeiras, conseguiu burlar a criptografia em aplicativos de mensagens populares, como WhatsApp, Telegram e Signal.
“A agência de Inteligência recentemente perdeu o controle da maioria do seu arsenal de hackeamento, incluindo softwares, vírus maliciosos, sistemas de controle remoto e documentação associada”, afirmou o WikiLeaks. “O arquivo parece ter estado circulando de forma não autorizada entre ex-hackers e prestadores de serviços do governo, um dos quais ofereceu ao Wikileaks”.
Fundado por Julian Assange, o WikiLeaks tem uma longa trajetória na revelação de documentos secretos do governo americano. A divulgação segue os vazamentos sobre o Afeganistão e o Iraque por Chelsea Manning, em 2010, e sobre a Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) por Edward Snowden, em 2013.
Assange disse que as novas divulgações eram "excepcionais do ponto de vista político, legal e forense".
"Não comentamos a autenticidade ou o conteúdo de supostos documentos de inteligência", disse o porta-voz da CIA, Jonathan Liu, em um comunicado.

Um homem caminha pelo logotipo da CIA no saguão da sede da agência em Langley, na Virginia Foto: SAUL LOEB / AFP

Ícone delator dos EUA, o ex-agente da CIA e da NSA Edward Snowden viu autenticidade no material:
"Os nomes de programas e escritórios são reais. (...) Apenas um insider poderia sabê-los. (...) O grande assunto é que é a primeira evidência de que o governo americano pagou secretamente para manter os softwares americanos desprotegidos. Os relatórios mostram o governo desenvolvendo vulnerabilidades, e depois itnencionalmente deixando os buracos abertos. Por quê isto é perigoso? Porque até ser fechado, qualquer hacker pode usar o buraco de segurança que a CIA deixou aberto para invadir qualquer iPhone no mundo."
ENTENDA
Apelidado de "Vault 7", o vazamento levantará mais uma vez questões sobre a incapacidade de agências de espionagem dos EUA de protegerem documentos secretos na era digital. A CIA não respondeu imediatamente aos pedidos de comentário.
O programa de espionagem incluiria especificamente uma série de armas informáticas para poder grampear telefones e aparelhos produzidos por companhias americanas, como os iPhones da Apple, o sistema Android do Google, o Windows da Microsoft e os televisores Samsung, que assim se tornariam microfones disfarçados.
Fundador da Rendition Infosec, o especialista Jake Williams examinou os documentos e disse à agência AP que pareciam ser autênticos.

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