quarta-feira, 5 de outubro de 2016

INVESTIGAÇÃO: Propina para empresa de sobrinho de Lula chega a R$ 31 mi, diz PF

ESTADAO.COM.BR
Fausto Macedo e Julia Affonso

Relatório final da Operação Janus, que indiciou ex-presidente por corrupção passiva, destaca favorecimento à empreiteira Odebrecht em obra financiada pelo BNDES em Angola

Taiguara Rodrigues dos Santos. Foto: Lucio Bernardo Junior / Câmara dos Deputados

A Polícia Federal informou nesta quarta-feira, 5, que em valores atualizados chega a R$ 31 milhões a propina que a Odebrecht supostamente pagou à empresa Exergia, de Taiguara Rodrigues, sobrinho do ex-presidente Lula.
A PF concluiu o inquérito da Operação Janus e indiciou o petista por corrupção passiva. Segundo a PF, Lula foi contemplado com o pagamento de despesas pessoais pela empreiteira. Em contrapartida, o ex-presidente teria facilitado o caminho para a Odebrecht fechar contratos na África.
A investigação mostra que na obra de ampliação e modernização da hidrelétrica de Cambambe, em Angola, Taiguara firmou um contrato milionário com a Odebrecht, em 2012. O empreendimento foi financiado pelo BNDES.
Também foram indiciados no inquérito da Operação Janus o próprio Taiguara e, ainda, o empresário Marcelo Bahia Odebrecht – preso na Lava Jato desde 19 de junho de 2015 – e outros sete executivos da empreiteira, estes todos por corrupção e lavagem de dinheiro.
Segundo a PF, ‘as provas recolhidas ao longo dos dez meses de investigação demonstram que a empreiteira Odebrecht teria pago R$ 20 milhões à empresa Exergia, em valores atualizados o valor chegaria a R$ 31 milhões’.
“Esse pagamento ocorreu sem a devida prestação dos serviços de engenharia em empreendimentos de infraestrutura financiados pelo BNDES em Angola”, diz o relatório da PF.
Em nota divulgada na tarde desta quarta-feira, a PF não citou o petista nominalmente, classificando-o de ‘um agente político’.
A fase ostensiva da Operação Janus foi iniciada pela PF no dia 20 de maio. Na ocasião, os policiais cumpriram 4 mandados de busca e apreensão, 2 conduções coercitivas e 5 intimações.
Desde então a PF realizou cruzamento de dados ‘bem como utilizando outras técnicas de investigação, todas elas com a intenção de esclarecer a possível prática de crimes’.
“Os indiciados, na medida de suas participações, poderão responder pelos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro”, destaca a PF.
O inquérito seguirá agora para análise do Ministério Público Federal, que vai decidir sobre apresentação de eventual denúncia à Justiça contra Lula e os outros indiciados.

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