sexta-feira, 26 de agosto de 2016

IMPEACHMENT: Lewandowski suspende sessão após nova troca de farpas entre Lindbergh e Caiado

OGLOBO.COM.BR
POR EDUARDO BRESCIANI E CRISTIANE JUNGBLUT

Presidente do processo no Senado ameaçou usar poder de polícia para conter os ânimos

O presidente do STF Ricardo Lewandowski durante a sessão de julgamento do impeachment - André Coelho / Agência O Globo

BRASÍLIA - O Senado retomou às 9h46m desta sexta-feira o julgamento da presidente Dilma Rousseff para ouvir as testemunhas de defesa. Os trabalhos tiveram início ontem com depoimentos de indicados pela acusação. A previsão é de que o julgamento siga até a metade da próxima semana. Uma nova discussão entre os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ) e Ronaldo Caiado (DEM-GO) fez com que o presidente do processo no Senado, Ricardo Lewandowski, cortasse os microfones de ambos e suspendesse a sessão por cinco minutos. Ele ameaçou os senadores de usar seu "poder de polícia" para conter os ânimos.
- Vou usar meu poder de polícia! Vou mandar desligar os microfones. Estamos sem áudio. Está suspensa a sessão! - disse Lewandowski ao se levantar.
Caiado criticou a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), por ela ter contratado a servidora Esther Dweck, testemunha
- Esse senador é um desqualificado! O que ele insinuou da senadora Gleisi é de uma covardia... - disse Lindbergh, que já tinha batido boca com Caiado no dia anterior.
Mais cedo, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) iniciou a sessão apresentando questão de ordem para o rebaixamento de testemunha para informante do professor e auditor Antônio Carlos D´Ávila Carvalho, do Tribunal de Contas da União (TCU) , por ter admitido ter ajudado o procurador Júlio Marcelo a redigir a representação contra as pedaladas fiscais do governo da petista Dilma Rousseff.
O pedido de Gleisi já gerou o primeiro embate com a advogada Janaína da Conceição Paschoal, que reagiu ao dizer que o único "fato grave" foi a informação de que a servidora Esther Dweck, do Ministério do Planejamento, ter sido contratada pela própria Gleisi. A defesa da presidente afastada decidiu se antecipar a argumentações da acusação e dispensou a ex-secretária de Orçamento Federal Esther Dweck de prestar depoimento. A manutenção dela como testemunha de defesa foi contestada depois que o O GLOBO revelou sua nomeação no gabinete da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).
Sessão no Senado para análise e votação do Impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff - André Coelho / Agência O Globo

Gleisi leu trechos do depoimento do auditor, realizando na sessão de ontem.
- Ou mentiu para o advogado José Eduardo Cardozo, ou para o senador Randolfe Rodrigues, que questionou o assessor. Ela era o juiz da causa, que deveria avaliar se caberia a representação ser arquivada ou não - disse Gleisi
- Quem confessou foi a testemunha. O auditor auxiliou a parte sim. É gravíssimo - acrescentou o advogado de defesa, José Eduardo Cardozo, lendo trechos do depoimento de ontem.
Janaína Paschoal reagiu, afirmando que as testemunhas de acusação estavam sendo "humilhadas".
- As testemunhas estão sendo humilhadas, inclusive eu. A mais contundente ter sido contratada por uma parlamentar. A moça, tem um terno assinado, onde é nomeada para o gabinete de uma senadora. Solici
O primeiro a falar hoje será o economista Luiz Gonzaga Belluzzo. Senadores da base do presidente interino Michel Temer vão pedir que ele seja qualificado como informante por não ter relação direta com os fatos e por ter assinado um manifesto contra o impeachment.
A tentativa de "rebaixar" a testemunha é a mesma usada pela defesa que conseguiu a decretação da "suspeição" do procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) Júlio Marcelo de Oliveira. Ele depôs como informante porque compartilhou em redes sociais uma manifestação pela rejeição das contas de Dilma. Júlio Marcelo foi o responsável pelas representações que levaram o TCU a condenar as pedaladas fiscais e os decretos de crédito suplementar, base jurídica do processo de impeachment.

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