quarta-feira, 6 de julho de 2016

LAVA-JATO: Ex-presidente da Eletronuclear é alvo de operação da PF

Do UOL, em São Paulo

Wilson Dias/ABr/EFE
Othon Luiz Pinheiro é alvo de operação da Polícia Federal nesta quarta (6)

A PF (Polícia Federal) cumpre nove mandados de prisão no Rio de Janeiro e um em Porto Alegre na manhã desta quarta-feira (6). O ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro é o alvo dessa ação. Ele cumpre prisão domiciliar e é réu em processo na 7ª Vara Federal Criminal, no Rio.
Ele foi levado logo cedo de sua casa, na Barra da Tijuca, zona oeste, por agentes da PF. Pinheiro foi à sede da PF no Rio, na zona portuária da cidade.
Além dele, seis funcionários da empresa, que integravam o núcleo operacional das fraudes, tiveram a prisão preventiva decretada e o atual diretor, Pedro Figueiredo, foi afastado por ordem judicial. Todos devem ser encaminhados para o complexo penitenciário de Bangu, na zona oeste, onde já estão presos o bicheiro Carlinhos Cachoeira e Fernando Cavendish, ex-diretor da Delta,
A ação, baseada em material de delação premiada da Andrade Gutierrez, investiga desvios no setor elétrico e é um desdobramento da Operação Lava Jato. São investigados os crimes de corrupção, peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro na construção da usina de Angra 3. O objetivo é desarticular a organização criminosa que atuava na Eletronuclear.
Também há três mandados de prisão temporária, nove de condução coercitiva e 26 mandados de busca e apreensão sendo cumpridos por 130 agentes federais.
Os pedidos foram expedidos pela Justiça do Rio após o caso ter sido desmembrado por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal).
A PF chamou de Operação Pripyat. O nome se refere à cidade ucraniana que se tornou uma espécie de "cidade fantasma" após o acidente nuclear em Chernobyl.
Delação
Em junho, o ex-presidente da Andrade Gutierrez Rogério Nora de Sá afirmou à Justiça Federal, no Rio, que Pinheiro, durante sua gestão à frente da presidência da Eletronuclear, pediu "contribuição política" para o PT e para o PMDB e "contribuição científica".
Segundo Nora, que é um dos 11 delatores da empreiteira na Operação Lava Jato, Pinheiro pediu 1% para seus "projetos futuros". Ele é acusado de ter recebido propina das empreiteiras Andrade Gutierrez e Engevix, que representariam pelo menos R$ 4,5 milhões.
No início de junho, o MPF requereu à Justiça a prisão do ex-presidente da Eletronuclear, apontando-o como um dos principais beneficiários do esquema. O executivo receberia o dinheiro por meio de contratos fictícios celebrados com a Aratec, empresa de propriedade da filha do ex-presidente da Eletronuclear, Ana Cristina da Silva Toniolo, e as intermediárias CG, JNobre, Deutschebras e Link. Tais firmas recebiam previamente a propina das empreiteiras, de acordo com os investigadores, a partir da assinatura de contratos de fachada, completando o esquema de lavagem de dinheiro.
"Nas investigações do MPF, realizadas com procedimentos de cooperação internacional, apurou-se que Othon Silva e sua filha promoveram evasão de divisas, com a manutenção em conta corrente em Luxemburgo, Europa, de valores não declarados à Receita Federal do Brasil", informou a MPF, em nota divulgada no dia 7 de junho.
Othon foi preso na 16ª fase da operação Lava Jato, chamada de "Radioatividade". Ele responde por corrupção passiva, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, obstrução da justiça e organização criminosa.
Outro lado
Procurada, a Eletronuclear disse que ficou sabendo da operação pela imprensa e informou por meio de sua assessoria de imprensa que só deve se pronunciar após ter acesso a todas as informações da operação.

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