quarta-feira, 16 de setembro de 2015

POLÍTICA: Renan muda o tom e diz que há ‘resistência histórica’ no Congresso à criação de imposto

OGLOBO.COM.BR
POR CRISTIANE JUNGBLUT E SIMONE IGLESIAS

Frente de oposição lança movimento contra volta de tributo: ‘Basta de Imposto! Não à CPMF’ é o slogan do movimento


BRASÍLIA - Em nova mudança de tom de suas declarações, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse nesta quarta-feira que há uma "resistência histórica" no Congresso à criação de impostos, como a volta da CPMF. Renan disse não saber a "temperatura exata" da reação do Legislativo ao pacote de medidas anunciadas ao governo. Na terça-feira, o presidente do Senado dissera que era precisa deixar "assentar" e "decantar" as propostas dentro do Legislativo para dividir o bolo.
— Sinceramente, não temos uma temperatura exata. Há uma resistência histórica do Congresso a elevar a carga tributária e a criar impostos. As pessoas - e eu sobretudo tenho recomendado - preferem que se faça corte profundo (nos gastos). Não temos, do ponto de vista do Congresso, como predizer o que vai acontecer, se a situação melhorou ou agravou (de ontem para hoje sobre o pacote), lembrando que nunca é fácil aumentar imposto. É sempre uma tarefa difícil — disse Renan.
A mudança de tom em relação a ontem ficou evidente. Nos últimos dias, o presidente do Senado tem adotado um discurso mais ameno do que o do colega da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que avisou desde o início que a CPMF dificilmente passaria no Congresso. No dia de ontem, Renan dissera que não poderia predizer a reação do Congresso e que o Legislativo estava de "portas abertas" à qualquer proposta que leve à retomada do crescimento econômico.
— Do ponto de vista do Congresso, temos a obrigação de debater tudo que para aqui vem. E a elevação de carga tributária ela terá que ser uma consequência do corte, do ajuste — disse Renan.
Renan falou sobre o assunto ao ser perguntado sobre o lançamento de uma frente da oposição contra o aumento de impostos. A reação à recriação da CPMF já tomou conta dos corredores do Senado e da Câmara. "Basta de Imposto! Não à CPMF" é o slogan do movimento, que inclui parlamentares do DEM, PSDB, PPS e SDD.
SKAF CRITICA ‘COVARDIA’ DO GOVERNO EM REDUZIR DESPESAS
Depois de se reunir com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o presidente da Federação das Indústrias do Estados de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, disse que a sociedade não suporta mais aumento de carga tributária. Segundo ele, Renan se mostrou "consciente" da rejeição da recriação da CPMF, agora batizada de CPPrev.
— A sociedade não está a fim de pagar o pato mais uma vez. Vim externar aos presidentes da Câmara e do Senado a preocupação com a recriação da CPMF. No Orçamento do governo federal, que é de R$ 1,2 trilhão, precisa buscar R$ 30 bilhões. Não consegue por quê? — afirmou.
Skaf sugeriu que em vez de aumentar tributos, o governo corte mesmo que temporariamente, suas despesas. Ele não deu exemplos de quais programas cortar, afirmando que cabe ao governo este tipo de decisão.
— Por que o governo é tão corajoso para aumentar impostos e covarde para reduzir suas despesas? Cabe ao governo reduzir suas despesas, ao invés de fazer o discurso de que o imposto será temporário, explicado de forma quase que cínica. Por que não falam em corte de despesas temporárias? A sociedade não está com disposição de fazer sacrifício porque tem qualidade de serviço público péssima — disse o empresário.

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