segunda-feira, 14 de setembro de 2015

NEGÓCIOS: Murilo Ferreira pede licença do conselho da Petrobrás até o fim de novembro

ESTADAO.COM.BR
O ESTADO DE S. PAULO

Segundo fontes, afastamento de Murilo servirá para que ele se concentre na gestão da mineradora Vale, que enfrenta dificuldades com o mercado de minério de ferro

Murilo Ferreira acumula funções na Petrobrás e Vale

A Petrobrás confirmou na manhã desta segunda-feira, 14, que o presidente do conselho de administração da companhia, Murilo Pinto de Oliveira Ferreira, ficará de licença do colegiado até 30 de novembro de 2015. Murilo Ferreira pediu licença do cargo até o fim de novembro para concentrar-se na gestão da mineradora Vale, onde é presidente-executivo, disse uma fonte da petroleira à Reuters.
"O problema deles (Vale) é que eles são China, muito concentrados. A situação deles é complicada porque a Vale concentra em um produto só (minério de ferro), não é fácil", disse a fonte da Petrobrás, sob condição de anonimato, ao comentar a licença de Ferreira.
Murilo Ferreira acumula funções nas duas companhias, que estão entre as maiores do país, desde o final de abril, quando o governo federal permitiu uma mudança quase completa no Conselho da Petrobrás.
Enquanto a petroleira tenta resolver seus problemas de caixa, em um momento de alto endividamento e de escândalos de corrupção revelados pela Operação Lava Jato, a Vale enfrenta dificuldades com o mercado de minério de ferro. A mineradora é a maior produtora global da commodity e tem nela sua principal fonte de receita.
As cotações do minério, vendido principalmente à China, tocaram em julho o menor valor em 10 anos, pressionadas por uma desaceleração na demanda no país asiático e por uma grande oferta das grandes mineradoras globais.
Questionada após o anúncio da Petrobrás, a assessoria de imprensa da Vale informou que Murilo Ferreira segue normalmente com sua funções na companhia.
Mercado. A notícia do afastamento de Murilo Ferreira é claramente negativa para a estatal, avalia o Brasil Plural. O banco lembra que a nomeação do executivo foi considerada importante por se tratar de um nome "amigável" ao mercado.
Em breve comentário a clientes, o banco destaca ainda que a reação deve ser ainda mais forte caso ele continua à frente da Vale. "A interpretação seria de que as alegadas razões pessoais são, na verdade, uma maneira educada para mostrar sua insatisfação com a estratégia de negócios atual da empresa", afirma o banco.
Às 12h30, as ações preferenciais da Petrobrás recuavam 0,65%, enquanto as ordinárias caíam 0,79%. As preferenciais da Vale tinham queda de 1,91% e as ordinárias, 1,65%.
Harmonia. Cerca de um mês atrás, o Conselho da Petrobrás aprovou a venda de ao menos 25% da BR Distribuidora, unidade de distribuição combustíveis da estatal, mas Murilo Ferreira foi um dos dois votos contrários, junto com o representante dos funcionários da estatal.
A Petrobrás quer vender US$ 15,1 bilhões em ativos até o final de 2016 para ajudar a reduzir o montante de US$ 132 bilhões de dívida, a maior de qualquer petroleira.
Segundo a fonte da estatal, o ambiente entre os membros do Conselho é "harmônico", mesmo com divergências sobre uma oferta pública de ações (IPO) da BR Distribuidora.
"A licença do Murilo não tem nada a ver com a questão da BR. Tem a ver com o foco na Vale nesse momento. A posição dele sobre a BR, as contingências, até levaram para outra solução que foi não fazer o IPO agora", disse a fonte, destacando que a posição de Ferreira foi acertada, uma vez que não há atualmente condições de mercado para uma venda satisfatória de fatia da subsidiária. (Com Beth Moreira, da Agência Estado, e Reuters)
 

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