terça-feira, 15 de setembro de 2015

COMENTÁRIO: "Falta um JK"

Por Sebastião Nery - METRO1

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

RIO – “Um dia, quando estávamos com o ex-presidente JK na fazenda chegou um carro com o dono da loja de artigos agrícolas que fornecia insumos para Juscelino, dizendo que havia recebido um bilhete do “Jornal do Brasil”, e um repórter do jornal precisava falar com urgência comigo. 
Juscelino, desconfiado como todo bom mineiro, comentou: 
- Aposto que é alguma coisa comigo... 
Como não havia telefone na região, eu e Ildeu, sabendo que devia ser alguma coisa importante, pegamos o carro dele e fomos para Luziânia. No caminho, vimos, ao longe, na estrada de terra, uma nuvem de poeira. O primeiro carro que parou era do jornal “Correio Braziliense”:
- Como foi o desastre com o Presidente? 
- Que desastre? Eu perguntei, perplexo. 
- Mas o Presidente não morreu em um desastre de automóvel? 
- Não, - eu disse – o Presidente está na fazenda e muito bem disposto 
O repórter, que estava com mais pessoas no carro, ficou emocionado quando ouviu a notícia de que JK estava bem, não se conteve e começou a chorar, com o cotovelo apoiado no teto do carro e a mão na testa. 
CARLOS MURILO
Voltamos para a fazenda, com um monte de fotógrafos e jornalistas.
Quando eu disse ao Presidente que as rádios haviam noticiado que ele tinha morrido em um desastre de automóvel, JK deu uma gargalhada: 
- Eles estão querendo me matar. Sei que tem muita gente que está desejando isso. Mas não vai ser dessa vez que eles vão conseguir. 
Dali a pouco, começou a chegar mais gente na fazenda. As pessoas chegavam preocupadas. Queriam apertar sua mão ou abraçá-lo, como se quisessem ter certeza de que ele estava mesmo vivo. Aos poucos, a apreensão foi dando lugar à alegria. E no final, como sempre acontecia quando Juscelino estava feliz, o dia que começara com a notícia de sua morte acabou em festa, como uma grande homenagem à sua vida”. 
Dias depois, JK morreu em misterioso desastre na Via Dutra, contado em “JK – Momentos Decisivos”, de Carlos Murilo Felício dos Santos, livro definitivo sobre ele. Sábado, 12, JK teria feito 113 anos. Que falta ele faz.

FOLHA 
É um velho e macabro ritual na historia brasileira. Quando os presidentes da Republica estão para cair, um jornalão dá o grito em editorial na primeira pagina. E nenhum tem resistido a essas aves de mau agouro. Foi assim com Getulio, Janio, Jango, Collor. 
Domingo, de alto a baixo da primeira pagina, em letras garrafais, a “Folha de S. Paulo”, tentando disfarçar mas indisfarçadamente, anunciou a derrubada de Dilma. Não diz como nem quando. Mas logo: - “Última Chance”
- ‘Não há, infelizmente, como fugir de um aumento de impostos, recorrendo-se a novas alíquotas sobre a renda dos mais privilegiados e à ampliação emergencial de taxas sobre combustíveis, por exemplo. Serão imensas, escusado dizer, as resistências da sociedade a iniciativas desse tipo. O país, contudo, não tem escolha. À presidente Dilma Rousseff tampouco: não lhe restará, caso se dobre sob o peso da crise, senão abandonar suas responsabilidades presidenciais e, eventualmente, o cargo que ocupa”. 

DILMA 
Dilma tem sido um patético espetáculo de incompetência e atabalhoamento. Diz uma coisa e faz exatamente outra. As palavras bailam em sua boca como vacas bêbadas soltas no pasto. Cada uma para um lado. 
Finge de espertalhona e faz do governo um ridículo bate-cabeça. O ministro da Fazenda diz uma coisa e logo o do Planejamento diz outra, porque ela mandou. O Chefe da Casa Civil já nada diz, porque também não adianta, pois ninguém acredita mesmo nele. Nem ele. Confesso não ter a menor competência para entender Dilma. Ou passa as noites do Alvorada tomando porres homéricos ou endoideceu de vez. 

BARBOSA
A desastrada “nova matriz econômica” que jogou o Brasil no precipício em que estamos vivendo teve três importantes autores: 
Dilma que se considerava ministra da Economia; Guido Mantega cumpridor das determinações presidenciais e Nelson Barbosa secretário executivo da Fazenda de 2011 a 2013. Anteriormente foi secretário Econômico de 2007 a 2008, em seguida secretário executivo de Política Econômica de 2008 a 2010. Foi também presidente do conselho do Banco do Brasil entre 2009 e 2013 e diretor do BNDES de 2005 a 2006. 
Barbosa, como se vê, foi ativo conivente com a política econômica equivocada e um dos arautos do populismo irresponsável maquiador das contas públicas. Dilma tem no ministro do Planejamento o seu porta voz. 
Lula, Dilma, Mantega, Barbosa. Não há pais que aguente essa gente.

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