sexta-feira, 21 de agosto de 2015

POLÍTICA: Bancada do PMDB na Câmara divulga nota em defesa de Cunha

OGLOBO.COM.BR
POR CRISTIANE JUNGBLUT, ISABEL BRAGA E JÚNIA GAMA

Já no Senado, avaliação é que Renan Calheiros atuou com habilidade ao se afastar do presidente da Câmara; senadores acreditam na aprovação de Janot com 55 votos


BRASÍLIA - Em nota divulgada na noite desta quinta-feira, a bancada do PMDB na Câmara saiu em defesa do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A nota critica os que "açodam a defender teses que ferem o princípio da presunção da inocência, destacando que este princípio é cláusula pétrea da Constituição Federal que todos os deputados juraram defender. "Enquanto não se esgotarem todas as etapas previstas no rito da lei, não há culpados, mas acusados", diz um trecho da nota. "Já assistimos às etapas das investigações e, agora foi o momento da denúncia. O próximo passo tão ou mais importante que os anteriores é o da ampla defesa". 
A nota finaliza reiterando o apoio e a crença em Cunha: "A bancada do PMDB na Câmara dos Deputados apoia e acredita no presidente da Casa, Eduardo Cunha, e se solidariza com ele neste momento em que alguns se açodam em defender teses que ferem o princípio primordial do Estado Democrático de Direito".
PMDB NO SENADO DIZ QUE PROBLEMA É DA CÂMARA
A cúpula do PMDB no Senado avalia que a denúncia contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deve acirrar o clima político, mas os peemedebistas adotaram um discurso de que o momento requer “equilíbrio”. No caso da permanência de Cunha no cargo, senadores do partido afirmam apenas que essa é uma discussão da Câmara, e não do Senado. O PMDB deve aguardar os acontecimento e não fazer prejulgamentos.
O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), disse que o PMDB não se reuniu para analisar a situação.
— Não conheço o processo. Essa é uma discussão da Câmara (sobre o a questão da presidência da Câmara). Qualquer processo contra um cidadão não é algo agradável. Temos que aguardar. Tem um artigo no Estatuto que só depois de condenação é que o partido pode fazer qualquer coisa — disse Eunício.
O senador Romero Jucá (PMDB-RR) disse que é preciso ter “equilíbrio e tranquilidade” neste momento:
— Vamos aguardar com tranquilidade, com respeito e muito equilíbrio, porque o país vive um momento de dificuldade — econômico, social e político — e não podemos agravar esse tipo de situação. Pelo contrário, todos temos que ajudar neste momento grave. Estamos num regime democrático, não há nenhum demérito em ser investigado. O demérito é ser condenado. Se há algum tipo de denúncia, há também a liberdade e o direito de defesa. A partir daí, os fatos podem ser avaliados. Diria que estamos num Estado Democrático de Direito e temos que seguir os ritos processuais e legais. Mas não podemos prejulgar.
JANOT DEVE SER APROVADO NO SENADO
Jucá disse que o direito de defesa vale para todo cidadão, ao ser peguntado sobre as denúncias apresentadas ao STF de Cunha e do senador Fernando Collor (PTB-AL).
— No rito de qualquer cidadão, tem que ser dado o direito de defesa. Não há diferença entre senador, presidente da República, vereador, qualquer tipo de profissional.
Jucá afirmou ainda que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, será sabatinado no próximo dia 26 no Senado e que deverá ser aprovado.
— Esperamos que o Janot possa vir aqui e se sair bem. Não há nenhum tipo de prevenção, de atitude contra o procurador — disse o senador.
No Senado, a avaliação é que o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), atuou com habilidade e se afastou de Cunha nas últimas semanas e que o procurador-geral terá sua recondução aprovada pela Casa. Nos bastidores, a avaliação é que Janot será aprovado com 55 votos.
Na noite de quarta-feira, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), realizou um jantar com os senadores Eunício Oliveira, Humberto Costa (PT-PE), Tião Viana (PT-AC), e o líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS).
Segundo aliados de Renan, ele está tranquilo pois entende que o problema maior está na Câmara, mas consciente do momento político. Aliados de Renan dizem que ele fez um movimento acertado ao adotar estratégia de não enfrentamento com o próprio Ministério Público e de ter se afastado de Fernando Collor — que faz ataques diretos a Janot — e das táticas de rompimento de Cunha.
Alguns peemedebistas estranharam o fato de Janot ter feito a denúncia justamente a poucos dias de sua sabatina, mas outros avaliaram que ele terá mais controle da situação, inclusive para enfrentar o senador Fernando Collor na sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

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