sexta-feira, 21 de agosto de 2015

ECONOMIA: Bovespa cai abaixo dos 46 mil pontos pela 1ª vez desde março do ano passado; dólar sobe a R$ 3,48

OGLOBO.COM.BR
POR RENNAN SETTI

Dia é marcado por mau humor nos mercados globais após dados fracos da China
 
Investidores monitoram as telas que mostram os movimentos do mercado financeiro em Xangai - Johannes Eisele / AFP

RIO - Acompanhando o pessimismo dos mercados externos, o principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) opera abaixo dos 46 mil pontos nesta sexta-feira, o que não acontecia desde março de 2014. O Ibovespa recua 1,65%, aos 45.880 pontos. No câmbio, o real segue o comportamento de outras moedas emergentes e perde valor contra o dólar, após a divulgação de dados decepcionantes sobre a atividade industrial da China ter levado as Bolsas asiáticas a uma forte queda. O dólar comercial sobe 0,80% contra o real, cotado a R$ 3,487 para compra e a R$ 3,489 para venda. A moeda americana avança sobre 17 das 24 moedas de países emergentes.
— Se ontem a disparada da Souza Cruz salvou a Bovespa, hoje não será possível. A queda é provocada tanto pelo cenário interno, com dados econômicos ruins e crise política, quanto pelo externo, com tombo de ações na China, todos os mercados em queda e commodities perdendo valor — afirmou Luiz Roberto Monteiro, operador da corretora Renascença. — Abaixo do ponto de sustentação de 46 mil pontos, o comportamento futuro da Bolsa vai depender dos estrangeiros. Eles estão comprados em R$ 19 bilhões este ano, mas julho registrou saída de investimentos, por exemplo. Se os EUA adiarem mesmo o aumento de juros, será algo positivo para a Bovespa.
Nos últimos quatro dias, os mercados globais sob clima pessimista que levou à evaporação de US$ 2,2 trilhões em capitalização de mercado das Bolsas globais.
A atividade no setor industrial da China recuou no maior ritmo em quase seis anos e meio em agosto, com fraqueza na demanda doméstica e por exportações, mostrou a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) preliminar do Caixin/Markit, dando força a preocupações sobre possível desaceleração forte da segunda maior economia do mundo.
Bolsa de Xangai caiu novamente e registrou perda de 4,27% em um mercado golpeado pela divulgação de dados da atividade industrial que confirmam o enfraquecimento da economia chinesa. O índice composto de Xangai perdeu 156,55 pontos e encerrou o pregão aos 3.507,74 pontos. Já a Bolsa de Shenzhen caiu 4,6%, aos 3.589,54 pontos, elevando a perda semanal para 11,9% – o pior resultado desde meados de junho.
Na Europa, a queda também é generalizada. O índice de referência Euro Stoxx recua 1,13%, enquanto a Bolsa de Londres registra baixa de 1,27%. Em Paris, o recuo é de1,24% e em Frankfurt, de 1,08%.
PETROBRAS CAI MAIS DE 4%
No Ibovespa, a queda é generalizada, com 60 das 66 ações que compõem o índice em queda. A Petrobras recua 4,33% (ON, com direito a voto) e 4% (PN, sem voto). A estatal acompanha o movimento de queda do petróleo em um dia em que o barril do tipo Brent recua 1,67%, a US$ 45,85. Outra produtora de commodities, a Vale, também cai com força: 1,39% nas ações ON e 2,24% nas PNs.
No setor bancário, o de maior peso no Ibovespa, o Banco do Brasil cai 1,50%, o Bradesco recua 1,92%, o Itaú Unibanco tem baixa de 1,67% e o Santander, de 1,25%.

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