quinta-feira, 20 de agosto de 2015

EMPREGO: Desemprego sobe para 7,5%, acima de previsões e o maior nível desde 2009

FOLHA.COM
BRUNO VILLAS BÔAS, DO RIO

Roosevelt Cássio/Divulgação/SindMetalsjc

A taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do país surpreendeu e subiu acima das expectativas e foi a 7,5% em julho. Trata-se do sétimo avanço consecutivo e o maior patamar registrado desde julho de 2009, que era de 8%.
O aumento foi de 2,6 pontos percentuais na comparação com os 4,9% verificados no mesmo mês de 2014, indicando a rápido deterioração do mercado de trabalho. Em junho, a taxa estava em 6,9%.
O centro das previsões (mediana) de 28 economistas consultados pela agência internacional Bloomberg era de uma taxa de desemprego de 7% em julho. Os dados foram divulgados na manhã desta quinta-feira (20) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O desemprego cresce pela combinação de demissões na maioria dos setores da economia e o retorno ao mercado de trabalho de pessoas que tinham deixado de procurar emprego nos últimos anos.
É importante lembrar que só é considerado desempregado pelo IBGE quem tinha efetivamente buscado emprego nos 30 dias anteriores à realização da pesquisa do instituto.
Em julho, a população economicamente ativa —pessoas com 10 anos ou mais de idade empregadas ou procurando emprego— aumentou em 456 mil pessoas na comparação ao mesmo mês do ano passado, um crescimento de 1,9%, para 24,6 milhões de pessoas.
Esse novo contingente é formado sobretudo por jovens que optaram por se dedicar aos estudos no passado, apoiados no aumento da renda dos chefes de família. Eles chegam agora ao mercado para complementar a renda da família.
Isso porque, com o avanço da inflação e a crise econômica, o rendimento real (que já desconta a inflação) dos trabalhadores teve queda de 2,4% em julho (R$ 2.170,70) na comparação ao mesmo mês do ano passado (R$ 2.223,87).
Ao mesmo tempo, postos de trabalho estão sendo fechados. Em julho, a população ocupada encolheu em 206 mil pessoas nas regiões metropolitanas frente ao mesmo mês do ano passado. O corte representa redução de 0,9%, para 22,7 milhões de pessoas.
Com isso, o número de desempregados teve um aumento de 56% em julho, na comparação ao mesmo mês do ano passado. Trata-se de um incremento de 662 mil pessoas, para 1,84 milhões.
Para enfrentar a onda de demissões, o governo anunciou o Programa de Proteção ao Emprego, que autoriza empresas a reduzir a jornada e o salário em até 30%. Pelo programa, o governo paga a metade da renda que o trabalhador deixaria de receber.
Além disso, a Caixa Econômica Federal (CEF) e o Banco do Brasil anunciaram, nos últimos dias, medidas de apoio ao setor automotivo, um dos que mais cortaram empregos na indústria neste ano.
A Caixa vai liberar cerca de R$ 5 bilhões ao setor. O BB deve antecipar R$ 3,1 bilhões para fornecedores estratégicos do setor.

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