terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

GREVE: Aumenta a tensão entre metalúrgicos da GM, mas acordo pode sair

ESTADAO.COM.BR
GERSON MONTEIRO, ESPECIAL PARA O ESTADO - O ESTADO DE S. PAULO

Em greve, trabalhadores que estão há mais de 20 anos na empresa comentam o momento delicado; audiência em Campinas será na tarde desta terça-feira
A General Motors, fabricante de veículos em São José dos Campos, próximo de São Paulo. A empresa enfrenta greves e protestos de funcionários e vive uma de suas piores crises.
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS - Quem trabalha há mais de 20 anos na General Motors confirma: "nunca houve crise como esta". A fala é unânime entre os veteranos do complexo industrial da General Motors de São José dos Campos, no Vale do Paraíba. No terceiro dia de braços cruzados, os trabalhadores terão nesta terça-feira, 24, no Tribunal Regional do Trabalho uma tentativa de conciliação com a montadora.
De um lado, a empresa argumenta que precisa ajustar a produção à demanda do mercado. De outro, os metalúrgicos só aceitam a suspensão do contrato de trabalho desde que seja por cinco meses e tenham a garantia dos postos de trabalho sem a ameaça de demissão.
O impasse tem gerado tensão entre os funcionários. Quem está na empresa há pelo menos duas décadas comenta a situação, mas ninguém aceita ter seu nome divulgado, temendo represálias. "Em casa eu evito conversar com a esposa para tentar manter tranquilidade", disse um montador que entrou em 1995 na GM.
"É uma grande ansiedade, misturada com preocupação, não tenho nem ânimo para sair de casa", comentou um funcionário da estamparia. Quem está prestes a se aposentar também vive a expectativa, como é o caso de um metalúrgico do setor de tapeçaria. "Estou extremamente apreensivo, faltam dois anos para me aposentar, se sair daqui hoje não tenho o que fazer. Passei toda a minha vida aqui dentro", disse. "Nunca houve crise como esta. Faço parte da empresa há 26 anos e nunca imaginei que passaríamos por essa pressão", completou.
Segundo os representantes dos trabalhadores, no segundo dia de greve, a empresa cortou o sistema interno de transporte para baldeação, dificultando o acesso dos funcionários aos ônibus que fazem o transporte até a fábrica. Alguns metalúrgicos chegaram a caminhar até dois quilômetros dentro da fábrica para entrar ou sair do local de trabalho.
Ainda de acordo com os sindicalistas, a paralisação da produção no complexo de São José dos Campos já estaria provocando a falta de peças para a produção de automóveis na fábrica de São Caetano do Sul. No Vale do Paraíba, além da S10 e da TrailBlazer, também são produzidos motores dos veículos da marca.
Para a audiência de conciliação em Campinas, a entidade lotou um ônibus para levar os trabalhadores.

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