quinta-feira, 9 de outubro de 2014

CORRUPÇÃO: Ex-diretor da Petrobrás diz que empreiteiras formaram cartel na estatal

ESTADAO.COM.BR
REDAÇÃO
Por Fausto Macedo e Mateus Coutinho

Paulo Roberto Costa afirmou à Justiça que 3% do valor de contratos eram destinados a políticos
O ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, alvo maior da Operação Lava Jato, afirmou à Justiça Federal, em seu depoimento desta quarta feira,8, que os desvios de recursos na estatal ocorreram em um processo de “cartelização das grandes empresas do Brasil”. Ele disse que existia no âmbito das grandes obras da Petrobrás “um acordo prévio” entre as empreiteiras.
“Na área de petróleo e gás essas empresas, normalmente entre os custos indiretos e o seu lucro, o chamado BDI, elas colocam algo entre 10% a 20% dependendo da obra, dos riscos, da condição do projeto. O que acontecia especificamente nas obras da Petrobrás, o BDI era 15%, por exemplo, então se colocava 3% a mais alocado para agentes políticos.”
Paulo Roberto Costa afirmou que todas as diretorias da Petrobrás são ocupadas por indicações políticas. Ele disse que foi indicado, em 2004, pelo então deputado José Janene, do PP – Janene, réu do mensalão do PT, morreu em 2010.
Segundo Costa, desde o governo José Sarney (1985/1989) as indicações políticas são rotineiras na Petrobrás. Ele confirmou ainda que todos os diretores da estatal, bem como os presidentes da empresa José Eduardo Dutra, na época em que ele entrou na diretoria de Abastecimento, e José Sergio Gabrielli, que assumiu a presidência da estatal em 2005, sabiam de sua indicação política.
Cartelização. Em seu depoimento à Justiça, ele também afirmou que existe uma cartelização entre as grandes empresas do País para fazer obras, não só na Petrobrás, mas também de “ferrovias, portos e aeroportos”. ”O Brasil fica restrito a essas poucas empresas”, afirmou.
“Quando começou essa atividade (da refinaria de Abreu e Lima), ficou claro para mim a existência desse ‘acordo prévio’ entre as companhias em relação às obras. Ou seja existia claramente, isso me foi dito por algumas empresas e presidentes de suas companhias de forma muito clara, que havia uma escolha de obras dentro da Petrobrás e fora da Petrobrás”, disse. “Por exemplo (se tem um projeto de) usina hidrelétrica de tal lugar, nesse momento qual empresa está disponível para fazer? E essa cartelização obviamente que resulta num ‘delta preço’ excedente.”, continuou.

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