terça-feira, 10 de dezembro de 2013

POLÍTICA: O PMDB mostra suas cartas

Do POLÍTICA & ECONOMIA NA REAL

Como observamos na coluna da semana passada ("O PMDB e PT condenados a viver juntos"), no atacado das eleições de 2014, os dois partidos, salvo algo inusitado, marcharão unidos na campanha para a reeleição da presidente Dilma. No varejo, no entanto, as divergências não são pequenas, e não apenas em relação às composições para as eleições para os governos estaduais. Um teme a rasteira do outro, pois ambos têm outro objetivo : formar as maiores bancadas na Câmara e no Senado. Para o PMDB é essencial ter maioria, principalmente no Senado, para manter pelo menos a presidência de uma das duas casas legislativas e continuar com um "forte apelo" ao Palácio do Planalto em prol de seus interesses na máquina Federal. Para o PT, conquistar a hegemonia no legislativo Federal, principalmente no Senado, significa livrar-se do que o petismo qualifica como "poder de chantagem" do peemedebismo. Com a presidência da Câmara e do Senado, Dilma, caso reeleita, ficaria livre de muitos sustos que costuma passar no Congresso.

O PMDB mostra suas cartas - 2

A desconfiança do PMDB de que o PT está lhe preparando alguma armadilha não diminui depois do ágape partidário de sábado retrasado na Granja do Torto. Nenhum acerto em nenhum dos Estados onde o PT quer que o PMDB o apóie prioritariamente foi fechado de fato, nem no MA da família Sarney. Algumas insinuações em falas do ex-presidente Lula e do presidente reeleito do PT, Rui Falcão, deixaram os peemedebistas com um amontoado de pulgas atrás da orelha. Intrigou principalmente o dito meio solto de que o PT tem total fidelidade à permanência do vice Michel Temer na chapa da reeleição, mas que o PMDB parece às vezes não entender bem as coisas e pode complicar. Foi esta a razão para o PMDB não sair de sorrisos escancarados da reunião e para o silêncio de suas principais figuras sobre o que de fato acertou-se na Granja do Torto. Porém, bem ao seu estilo nada sutil, o peemedebismo deu o troco dias depois.

O PMDB mostra suas cartas - 3

Inusitadamente, quebrando todas normas e praxes partidários, a bancada do partido na Câmara antecipou a recondução do deputado Eduardo Cunha para a liderança do PMDB na Câmara, decisão que as legendas só tomam, normalmente, em fevereiro, no começo da sessão legislativa. E foi por aclamação. Eduardo Cunha é aquele que nas hostes governamentais é mais conhecido como "o coisa ruim" tal a capacidade de causar embaraços para o Palácio do Planalto quando não se sente bem atendido. Sua mais recente façanha foi levar para o ano que vem a votação do Marco Civil na internet, projeto eleito como prioritário pela presidente. O recado do PMDB foi cristalino: antes de chegar a 2015 é preciso passar por 2014 e se o partido não for bem tratado não vai deixar por isso mesmo. Ele mostrou suas unhas, bem afiadas.

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