terça-feira, 10 de dezembro de 2013

POLÍTICA: O PT e sua natureza

Do POLÍTICA & ECONOMIA NA REAL

Já está disponível na rede o documento preliminar preparado pela direção do PT para ser discutido no 5º Congresso Nacional do partido marcado para esta semana, de quinta-feira a sábado (clique aqui). O documento que o Congresso aprovar servirá de base para as ações do PT nos próximos anos e balizará a campanha de seus candidatos em 2014. Um dos pontos centrais é a defesa de busca do "socialismo do século 21", a fase do pós-capitalismo. Três curiosidades a anotar e para meditar :
1. A defesa dessas posições, embora teóricas e feitas em grande parte para motivar os militantes, surge no mesmo momento em que a presidente Dilma faz um extraordinário esforço para convencer investidores externos e internos que seu governo não tem nada contra o capital privado e o lucro.
2. Em 2001, também em dezembro, no Recife, também em um Congresso Nacional, o PT aprovou também uma polêmica declaração, na qual, entre outras coisas, dizia ser contra "tudo que está aí". No auge da campanha de 2002, quando eram grandes as desconfianças de como poderia ser um governo Lula-PT, com o dólar subindo, o risco Brasil crescendo, o PT providenciou a edição da famosa "Carta aos Brasileiros", na qual renegava boa parte do que aprovar meses antes em Recife.
3. Há um trecho altamente enigmático, mas que parece uma insinuação contra a autonomia de alguns governantes eleitos pelo partido : "Governantes e parlamentares do PT, pressionados por seus afazeres institucionais, ganharam exagerada autonomia em relação à atividade partidária".
É documento para causar muita polêmica, se Lula e seus pragmáticos não agirem para torná-lo mais light.

A ocupação do Poder

Sabe-se que o Poder não aceita "vácuos". Estes são ocupados por quem estiver a postos. José Dirceu está na prisão, Genoino também em prisão domiciliar e o mensalão ainda deixa rastros pelo PT, inclusive em função das novas denúncias publicadas pela revista Veja neste final de semana. Ao invés de se afastar destes tristes episódios, o PT fará em seu Congresso desagravos aos implicados nos fatos ilícitos. Todavia, a questão relevante é a seguinte : o PT nunca esteve sob o estrito controle de Lula da Silva. De agora em diante, a dinâmica petista dependerá, ao redor do seu maior líder, de novos atores a ensejar novas estratégias e políticas. Quem serão eles ? Não está claro por uma razão simples: dependerá do desempenho de "novos líderes" como Haddad, Padilha e Lindbergh Farias. Estes terão de se provar no governo e nas eleições antes de aparecerem perante Lula e a plateia petista.

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