terça-feira, 10 de dezembro de 2013

GESTÃO: A "rebelião" na Fazenda

Do POLÍTICA & ECONOMIA NA REAL

Dez coordenadores do Tesouro Nacional, área vital do Ministério da Fazenda, se reuniram com o secretário do Tesouro Arno Augustin no dia 22/11. Ao que se sabe, foram se questionar os passos do secretário em relação a aportes e alocações de recursos a serem feitos e as necessidades de captação. Foi uma reunião tensa onde os técnicos foram incisivos a respeito de certas práticas de Augustin, economista responsável pelas manobras contábeis que tentam mascarar as contas públicas e com fortes laços com a presidente. Nada aconteceu em relação aos pontos discutidos. Na dúvida, os técnicos do Tesouro chamaram os jornalistas e, sem se identificarem, vazaram o conteúdo da reunião. Aí, ficou evidente de que se tratava de uma rebelião. A nota posterior, do dia 5/12, negou que houvesse rebelião mas, quem sabe das coisas de Brasília, o recado já estava dado. Do alto de sua posição quem saiu imediatamente em socorro do secretário não foi o seu chefe direto Mantega, mas a presidente Dilma a qual mandou que o ministro da Fazenda "controlasse" a turma do Tesouro. Mantega, suave pessoa que é, cumpriu a ordem. Ao final, o nosso leitor pode anotar : há inquietação dos técnicos do Tesouro com o custo da dívida interna por força das medidas adotadas por Arno, Mantega ficou, mais uma vez, desmoralizado pelas "ordens de cima" e Arno Augustin é forte no Planalto. Somente lá.

Não é fato isolado

Há pouco mais de um mês, esta coluna comentou que havia inquietação em algumas importantes áreas do governo, dentre membros do chamado "segundo escalão". Este é composto por técnicos concursados que ficam enquanto governos passam. Uma boa parte destes são "petistas de carteirinha", mas todos acabam se defrontando com a "realidade" que mora fora de Brasília. Assim sendo, quando não concordam com as políticas do governo acabam por registrar suas inquietações fora dos muros da capital Federal. É o caso da diplomacia, da Receita Federal, de técnicos do BNDES e do BC, etc. É certo que não somente em relação ao atual governo, mas em relação a qualquer outro, não é saudável que o segundo escalão se rebele contra aqueles que direta ou indiretamente tem um mandato originado pelo povo. A exceção é evidente : quando se praticam ilicitudes. Contudo, o fato é que esta camada do poder está se mexendo com riscos de tremores e erupções mais à frente.

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