terça-feira, 10 de setembro de 2013

MUNDO: Síria aceita proposta russa de colocar armas químicas sob controle internacional

De OGLOBO.COM.BR
COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

França vai propor resolução à ONU que define condições para o desarmamento químico sírio
Apesar da decisão de Damasco, Obama continua a pressionar o Congresso para aprovar ação militar contra a Síria
Chanceler francês Laurent Fabius fala sobre situação da Síria em Paris THOMAS SAMSON / AFP
PARIS - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, continuará com seu plano de pedir ao Congresso que aprove o uso de força militar na Síria, apesar de o país árabe ter aceitado uma proposta russa para entregar o controle de armas químicas à comunidade internacional, afirmou o porta-voz da Casa Branca Jay Carney nesta terça-feira. Enquanto a Casa Branca quer verificar se a Síria levará a proposta a sério, a França apresentará ao Conselho de Segurança da ONU uma resolução que define as condições para o desarmamento químico do regime de Bashar al-Assad. O chanceler francês, Laurent Fabius, advertiu que é preciso estar “extremamente vigilante” para evitar uma possível manobra de Assad, chamando atenção para a “inesperada disposição do regime sírio em negociar”.

- O que o presidente disse ontem à noite reflete onde estamos nesta manhã: vemos o ocorrido como um potencial desenvolvimento positivo e vemos isso como um resultado claro da pressão imposta sobre a Síria - disse Carney à rede MSNBC, quando perguntado sobre a reação da Casa Branca aos novos relatos de que a Síria cederá o controle de seu arsenal químico.
Obama visitará o Congresso nesta terça-feira para pedir a parlamentares que autorizem ataques militares limitados contra a Síria e vai fazer um pronunciamento à nação à noite sobre o tema. Ainda não está claro se o sinal verde da Síria levará efetivamente ao desarmamento do regime, uma vez que a proposta russa deverá esbarrar com a da França da ONU, e as condições podem não ser aceitas pelos países. Mas o chanceler sírio, segundo a agência russa Interfax, garantiu ter concordado com a proposta de Moscou, porque iria “retirar os fundamentos para uma agressão americana”.
- Tivemos uma frutífera rodada de negociações com o ministro de Relações Internacionais (russo) Sergei Lavrov ontem, e ele propôs uma iniciativa relacionada às armas químicas. E à noite nós concordamos com a iniciativa russa - disse o chanceler sírio Walid al-Moualem, de acordo com a Interfax.
A União Europeia recebeu a notícia com otimismo, embora tenha afirmado que vai avaliar se trata de uma iniciativa séria. Tanto o grupo europeu quanto os Estados Unidos temem que a proposta seja usada somente para que Assad ganhe tempo diante da possibilidade de um ataque do Ocidente.
Mais cedo, Moscou anunciou que estava costurando um plano próprio com Damasco, que seria apresentado em breve a outras nações. A iniciativa veio após o secretário de Estado americano, John Kerry, colocar na segunda-feira a entrega de armas como condição para evitar uma intervenção militar. O que parecia ser uma proposta sem consistência de Kerry, no entanto, estaria sendo articulada pelo presidente russo, Vladimir Putin, e pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
Segundo um porta-voz de Putin, os líderes discutiram a ideia à margem da cúpula do G-20 na semana passada.
- A questão foi discutida - disse o porta-voz Dmitry Peskov por telefone, sem dar detalhes de quem abordou o tema.
O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, também ressalvou que a ideia não era somente russa e surgiu durante contatos com os Estados Unidos. E disse que estava trabalhando com a Síria num plano para efetivar a ideia.
- A Rússia está agora em contato com a Síria para trabalhar no desenvolvimento de um plano viável, preciso e concreto.
Proposta francesa apresenta condições
A resolução do governo de François Hollande, sob o Capítulo 7 da Carta da ONU - que cobre uma possível ação militar e não militar para restaurar a paz -, alerta para consequências “extremamente graves” caso as condições sejam violadas. Será apresentada nesta terça-feira às Nações Unidas e se fundamenta em cinco pontos, segundo o chanceler francês, Laurent Fabius.
O primeiro ponto determina que o documento deve antes de tudo condenar o ataque químico de 21 de agosto, que teria matado mais de 1.400 pessoas, incluindo 400 crianças, segundo o governo americano. Em segundo e terceiro lugar, deve-se exigir um “inventário preciso do arsenal químico sírio” e que seja colocado “imediatamente sob o controle das Nações Unidas”.
De acordo com Fabius, o quarto ponto exige que os responsáveis ​​pelo massacre sejam descobertos, presos e julgados pelo Tribunal Internacional de Haia. E o quinto pede ao Conselho de Segurança um mandato claro para atacar a Síria se os quatro itens anteriores não forem cumpridos.
Apesar de as propostas não trazerem ainda resultados práticos, o ministro da Defesa francês, Jean-Yves Le Drian, considerou a aceitação por parte de Damasco uma prova de que “a pressão internacional está funcionando”.
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