segunda-feira, 9 de setembro de 2013

FRAUDE: PF faz operação contra fraudes no Ministério do Trabalho

De OGLOBO.COM.BR
EZEQUIEL FAGUNDES (EMAIL·FACEBOOK·TWITTER)

Entre os detidos estão o ex-ministro interino da pasta Paulo Roberto Pinto e funcionários do governo federal
A PF apreendeu o esportivo de luxo GM Sky na mansão do empresário mineiro Deivson Oliveira Vidal, que, segundo a polícia, seria o líder da organização criminosa - Ezequiel Fagundes / Divulgação
BELO HORIZONTE - A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta segunda-feira, a operação Esopo contra desvios de verbas no Ministério do Trabalho, em 11 estados e no DF. Quarenta e nove mandados judiciais, incluindo de prisão, de busca e apreensão de condução coercitiva foram expedidos pela Justiça. Entre os que tiveram prisão decretada, estão Paulo Roberto Pinto, ex-ministro interino do Trabalho, Anderson Brito Pereira, assessor do ministro Manoel Dias, o servidor do ministério, Geraldo Riesenbeck e Antonio Fernando Decnop Martins, ex-CGU e atualmente lotado na Funai. O ex-ministro Paulo Roberto Pinto foi conduzido coercitivamente, os demais foram presos preventivamente.
O prédio do Ministério do Trabalho, em Brasília, está sendo alvo de busca e apreensão de documentos. Em BH, o Instituto de Desenvolvimento do Norte de Minas Gerais (Idene), na Cidade Administrativa, sede do Governo de Minas, e a sede da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), tiveram mandado de busca e apreensão autorizados pela Justiça.
De acordo com as investigações, a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), Instituto Mundial do Desenvolvimento e da Cidadania (IMDC), uma entidade com sede em BH, realiza convênios de fachada com o Ministério do Trabalho em 11 estados - Espírito Santo, Minas, Mato Grosso, Rio, Pernambuco, São Paulo, Ceará, Amapa, Paraná, Rondônia, Paraíba - e no Distrito Federal.
Nos últimos cinco anos, segundo a PF, cerca de R$ 400 milhões saíram do ministério e foram parar nos cofres do IMDC. Os federais ainda não sabem ao certo o valor desviado, mas somente em alguns contratos analisados foi descoberto um rombo de R$ 55 milhões no montante de R$ 79 milhões repassados pelo ministério.
O jovem empresário mineiro Deivson Oliveira Vidal, presidente do IMDC, é apontado como o líder da organização criminosa e principal operador financeiro do esquema de desvios. Em sua residência, uma mansão localizada no condomínio Alfa Vile Lagoa dos Ingleses, na região de Nova Lima, região metropolitana de BH, foram apreendidos R$ 80 mil em dinheiro, jóias, carros importados e até um helicóptero. O presidente da comissão de licitações da Fiemg, Nelson de Souza Dabés Filho, e o ex-diretor do Idene, Walter Antonio Adão, também foram presos.
A ex-braço direito do operador Marcos Valério, Simone Reis Lobo de Vasconcelos, que tinha uma empresa de fachada que fornecia notas forjadas de empenho para a entidade, foi conduzida coercitivamente para prestar depoimento. Simone tinha uma empresa de aluguel de carros e, apesar de ter apenar um veículo registrado, ela forneceu notas fiscais para justificar a prestação de serviço de R$ 400 mil para o evento conhecido como Minas Tren Preview. O IMDC executava programa do Pro-Jovem, entre vários outros.
O lobista Marcos Vinícius da Silva, ex-assessor do deputado federal Ademir Camilo (PSD-MG), teve a prisão decretada, mas está foragido. Outro lobista, Rubens Costa Leite França, teve a prisão decretada no Rio de Janeiro. O ex-deputado federal mineiro Osmânio Pereira de Oliveira, que já teve o nome ligado a máfia dos sanguessugas, foi preso no Bairro Funcionários, região Centro Sul de BH. Vários ex-prefeitos da região do Norte de Minas tiveram a prisão decretada. Além da PF, a operação Esopo conta com Receita Federal e Controladoria Geral da União (CGU).
Em Minas Gerais, a PF está realizando busca e apreensão nas prefeituras de Januária, Araçuaí, São Francisco, São João da Ponte, Coração de Jesus, Taiobeiras, Três Corações.

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