sexta-feira, 30 de agosto de 2013

ECONOMIA: Bolsa apresenta volatilidade e dólar sobe a R$ 2,38

De OGLOBO.COM.BR
JOÃO SORIMA NETO (EMAIL)
COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Dólar abriu a sessão em queda superior a 1% após resultado positivo do PIB
Mas possibilidade de intervenção militar na Síria volta a pesar no humor dos investidor
SÃO PAULO - Depois da boa notícia do Produto Interno Bruto (PIB), que fez a Bolsa abrir em alta e o dólar recuar, o mercado retomou a cautela. Analistas avaliam que o cenário internacional, com a possibilidade de uma ação militar na Síria acontecer no fim de semana, voltou a pesar sobre o humor dos investidores. As mudanças em carteiras de fundos de investimento com o final do mês e a entrada em vigor da nova carteira teórica do Ibovespa, na próxima semana, também trazem volatilidade ao pregão. Às 16h25m, o dólar comercial estava em alta de 0,50% sendo negociado a R$ 2,380 na compra e R$ 2,382 na venda. Na máxima do dia, o dólar bateu em R$ 2,398 (alta de 1,01%) e na mínima foi negociado a R$ 2,332 (baixa de 1,6%). Na Bovespa, o principal índice, oscila e no mesmo horário estava em alta de 0,21% aos 50.025 pontos e volume negociado de R$ 5,5 bilhões.
- Hoje o dia está muito volátil. O PIB deu um viés de alta no início dos negócios, mas a Síria fez o mercado voltar a agir com cautela. E, com o fim do mês, os fundos fazem rebalanceamento de suas carteiras, considerando que a nova carteira teórica do Ibovespa começa a valer na semana que vem. Embora, ela só registre a entrada de dois novos papéis (Kroton e Anhanguera) e aumento da participação da OGX isso traz volatilidade ao pregão - explica Ari Santos, gerente da mesa de operações da H. Commcor.
O dólar comercial abriu a sessão desta sexta-feira em queda expressiva de mais de 1% após a divulgação de que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1,5% no segundo trimestre ante o primeiro e 3,3% em relação a igual intervalo do ano passado, ficando no teto da previsão do mercado. Logo após a abertura dos negócios com o câmbio, a moeda americana caiu 1,39%, a R$ 2,335.
Mas a tensão na Síria fez a moeda americana voltar à trajetoria de alta frente ao real. Nesta sexta-feira, o Banco Central realizou um leilão extraordinário de swap cambial tradicional - equivalente a venda de dólares no mercado futuro, e vendeu 30 mil contratos, totalizando US$ 1,49 bilhão. Na semana passada, ao anunciar seu plano de ação, o BC informou que faria leilões adicionais sempre que julgasse apropriado.
Para segunda, o Banco Central já adiantou que também realizará, das 10h30 às 10h40, uma operação extra de swap cambial de até 20 mil contratos, o equivalente a US$ 1 bilhão, com vencimento em 3 de fevereiro de 2014. Antes disso, o BC realizará, entre 9h30m e 9h40m, a operação já programada dentro do plano anunciado pelo BC, com oferta de até US$ 500 milhões em swap cambial com vencimento em 2 de dezembro deste ano.
Hoje, a autoridade monetária também realizou um novo leilão de linha, de até US$ 1 bilhão, dentro do plano de ação anunciado. Esse leilão é uma espécie de empréstimo de dólares aos bancos no mercado à vista, com compromisso de recompra no futuro. O BC não aceitou nenhuma proposta nos dois lotes ofertados, com recompra em janeiro e abril de 2014. O BC voltou a anunciar uma nova oferta, pouco depois do meio-dia, no valor de até US$ 1 bilhão. Desta vez, aceitou proposta com taxa de recompra a R$ 2,47 em abril de 2014.
- Mesmo com os leilões, o dólar se valoriza frente ao real ancorado no cenário externo. Há também remessas de dólares por empresas, típicas de fim de mês, o que acentuou a alta - diz Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da corretora Treviso.
Também nesta sexta aconteceu o fechamento mensal da Ptax, a taxa média do dólar para liquidação dos contratos futuros. O valor ficou R$ 2,3725.
Hoje há notícias circulando de que os bancos centrais dos principais países emergentes estariam planejando uma intervenção coordenada no câmbio, numa tentativa de reduzir a desvalorização de suas moedas.
O Ibovespa também passou a oscilar com o cenário externo.
- A Bolsa abriu em alta refletindo o crescimento do PIB que trouxe boas notícias no capítulo do investimento, com alta de 3,6%, e da agropecuária com crescimento de 3,9%. O consumo das famílias cresceu apenas 0,3%, mas os brasileiros estavam muito endividados e esse número reflete uma acomodação da demanda. O Ibovespa refletiu o número positivo do PIB, mas inverteu o sinal. Essa virada pode ser uma realização de lucros no último dia útil do mês, já que o Ibovespa acumular valorização de quase 4%. O conflito na Síria também ainda está no radar - diz João Pedro Brugger, analista da Leme Investimentos.
Até o pregão de ontem, a Bolsa acumula alta de 3,5% em agosto, mas recua 18,1%, no ano.
Entre as ações mais negociadas, Vale PNA sobe 0,32% a R$ 30,91; Petrobras PN recua 1,71% a R$ 16,63, seguindo o movimento de outras petrolíferas no exterior; OGX Petróleo ON cai 2% a R$ 0,50; Itaú Unibanco PN avança 1,61% a R$ 28,94 e Bradesco PN tem alta de 1,65% a R$ 27,62.
As ações PN da Gol apresentam a maior alta do pregão, com valorização de 3,23% a R$ 8,62 com a informação de que o governo estuda a possibilidade de aumentar a participação estrangeira no setor como forma de ajudar as aéreas brasileiras.
As taxas de juros dos contratos de Depósitos Interfinanceiros (DI) no mercado futuro começaram o dia em alta refletindo o crescimento do PIB. O papel com vencimento em janeiro de 2015 tem taxa subindo de 10,41% para 10,48%. O papel para janeiro de 2017 subia de 11,74% para 11,78% e o contrato com vencimento em janeiro de 2014 apresentava taxa subindo de 9,24% para 9,25%.
No cenário internacional, a possibilidade de intervenção militar no país aumentou depois que o secretário de Estado americano, John Kerry, disse que há claras evidências de que o presidente sírio Bashar al-Assad utilizou gás venenoso contra seus cidadãos. Os EUA podem retaliar a Síria no fim de semana, numa ação limitada. Ontem, o parlamento britânico votou contra a proposta do governo para obter uma autorização provisória para um ataque ao país do Oriente Médio.
Na Europa, os principais pregões fecharam em queda com a tensão internacional. O índice Dax, da Bolsa de Frankfurt, perdeu 1,12%, mesmo com a Alemanha tendo divulgado que as vendas no varejo subiram 2,3% em julho na comparação com o ano anterior, depois de caírem 2,4% em junho. O índice Cac, de Paris, recuou 1,32% e o FTSE, da Bolsa de Londres, teve perda de 1,08%.
Nos Estados Unidos, os principais índices estão caindo: o S&P500 tem queda de 0,24%; o Dow Jones recua 0,18% e o Nasdaq tem queda de 0,72%. Foram divulgados números divergentes da economia americana hoje.
O índice de confiança do consumidor nos EUA, medido pela Universidade de Michigan e pela Thomson Reuters, caiu para 82,1 pontos em agosto, de 85,1 pontos no mês anterior, de acordo com dados revisados. Já o Instituto de Gerência e Oferta (ISM, na sigla em inglês) informou que o índice sobre a atividade industrial na região de Chicago subiu para 53,0 pontos em agosto - em linha com as previsões do mercado -, ante 52,3 pontos em julho.

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