quinta-feira, 18 de abril de 2013

COMENTÁRIO: País à deriva

Por ANTONIO LINS - TRIBUNA DA BAHIA

Como ministra de Minas e Energia, depois como titular da Casa Civil, enfim como presidente da República, faz doze anos que Dilma Rousseff conhece as coxias do poder, o libreto da ópera e o desempenho da companhia. Ou assim seria de esperar, a menos que se considerasse desde sempre uma farsa eleitoral, montada de comum acordo pelas partes, o título de “mãe do PAC” que lhe outorgou o então presidente Lula da Silva. A honraria se destinava não só a ressaltar o seu papel de condutora do alardeado programa e obras do governo, mas principalmente a avisar ao distinto público pagante de que tinha diante de si uma administradora de talento excepcional.
Pano rápido para a aridez dos fatos que expõe a embromação das palavras. A “gerentona”, que segundo o folclore planáltico, examina de lupa em punho e aos berros todos os projetos da sua equipe, “espanca” a papelada até que ela confesse ensangüentada, sua incompetência petista e não disfarce a verdade ocultada na propaganda enganosa, que tenta vender um Brasil que ainda não existe.
“Queremos obras controladas”, exigiu a presidente, como se nunca antes uma idéia brilhante dessas tivesse passado pela cabeça de algum administrador público, por mais burro que seja. “Não queremos saber que não deu certo no fim do ano”. E anunciou como quem promete uma revolução gerencial na área do Estado: “Pretendo sistematicamente, a partir de agora, olhar detalhadamente os prazos”. Nem a delicadeza permite perguntar por onde Dilma andava desde que assumiu a chefia do governo que já integrava desde 2003.
É também forçoso indagar do que serve a prepotência com que ela trata os subordinados, quando entende que não correspondem às suas severas exigências.
Os vícios insanáveis dos aparatos burocráticos são velhos como o tempo. No Brasil dos anos recentes, acrescentou-se a eles uma estrutura parasitária que assegura, de partida, que tudo ande aquém e custe além. É o preço que o País é levado a pagar pelo arranjo espúrio que nem sequer se explica pelos imperativos da governança.

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