quinta-feira, 13 de setembro de 2012

MUNDO:Manifestantes invadem embaixada americana no Iêmen

De OGLOBO.COM.BR
O Globo
Com agências internacionais

Protestos contra filme anti-Islã se multiplicam. No Cairo, novos distúrbios

CAIRO e SANAA - Os protestos contra o filme “Inocência dos muçulmanos” se espalharam pelo mundo islâmico nesta quinta-feira. Em Sanaa, um grupo de iemenitas invadiram a embaixada americana. No Cairo, a madrugada também foi de violência, e manifestações contra a produção anti-Islã se prolongaram pela manhã, no terceiro dia de distúrbios na capital egípcia. Também há relatos de manifestantes iranianos nos arredores da embaixada suíça, que representa os interesses americanos em Teerã.
Dois dias depois do ataque ao consulado americano em Benghazi, que acabou na morte do embaixador Christopher Stevens e outros três funcionários da representação diplomática, um novo protesto contra o filme “Inocência dos muçulmanos” acabou em violência, desta vez na capital iemenita, Sanaa. Manifestantes invadiram a embaixada americana, quebrando janelas, pulando os muros do edifício e queimando carros. Segundo testemunhas, agentes de segurança abriram fogo contra a multidão para dispersar a manifestação, que continuou do lado de fora da representação. Segundo fontes de segurança, 15 pessoas ficaram feridas por gás lacrimogêneo e disparos de arma de fogo, uma das vítimas estaria em estado crítico.
- Podemos ver um fogo dentro do complexo e as forças de segurança estão atirando para o ar - disse uma testemunha.
No Cairo, ao menos 29 pessoas se feriram em choques entre policiais e manifestantes perto da Praça Tahrir, informou a imprensa estatal. Protestos começaram na noite de quarta-feira e se prolongaram pela manhã. O vice-diretor do serviço de ambulâncias do Egito, Ahmed al-Ansary, disse à agência de notícia estatal Mena que 11 pessoas foram atendidas. Segundo a al-Jazeera, ao menos 12 manifestantes foram presos.
Os distúrbios no Egito começaram na quarta-feira quando um grupo de 500 jovens tentou se aproximar da embaixada americana no Cairo. A polícia barrou os manifestantes, que reagiram com pedras e coquetéis Molotov. Forças de segurança usaram gás lacrimogêneo.
- Forças de segurança foram capazes de empurrar os manifestantes para a Praça Tahrir, afastando-os da embaixada - contou Alla Mahmoud, porta-voz do ministério do Interior.
Segundo várias testemunhas, ao menos uma parte dos jovens pertencia a radicais da torcida organizada do time de futebol Ahly, que em fevereiro sofreu um massacre no estádio de Port Said. Ao menos dois camburões da polícia foram incendiados, e manifestantes conseguiram romper parte da barreira montada na embaixada americana.
Mursi condena ataques e filme anti-Islã
Em comunicado, o presidente egípcio, Mohamed Mursi, condenou os ataques a representações americanas, assim como o controverso filme sobre Maomé. O islamista reconheceu o dever de seu país em proteger missões diplomáticas estrangeiras, mas ressaltou o direito de expressão e de protestos pacíficos.
“A Presidência condena de forma contundente a tentativa de insultar o profeta Maomé e condena as pessoas que produziram esta obra radical. O povo egípcio, tanto cristão como muçulmano, rejeita ataques a lugares santos”, escreveu Mursi.
Enquanto isso, cerca de 500 pessoas se reuniram em volta da embaixada suíça em Teerã, informou o jornal de Zurich “Tages-Anzeiger”. O país é o responsável por representar os interesses americanos no Irã. Segundo o diário, a segurança do local foi reforçada.
Manifestantes estariam pedindo a morte do diretor do filme “Inocência dos muçulmanos”, no qual Maomé é retratado como um namorador, violento e explorador de crianças. Entre os gritos de condenação ao longo anti-Islã, é possível ouvir slogans de “morte aos EUA” e “morte a Israel”.
No Iraque, a milícia Asaib al-Haq, responsável por vários ataques a estrangeiros no país, ameaçou atacar interesses americanos em Bagdá em reação à exibição do filme amador anti-Islã.
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