sexta-feira, 14 de setembro de 2012

ECONOMIA: Fed comprará US$ 40 bi por mês em títulos e manterá juro baixo até 2015

Do ESTADAO.COM.BR
Economia & Negócios

Banco central dos EUA anunciou nova rodada do chamado afrouxamento monetário quantitativo 
SÃO PAULO - O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, informou nesta quinta-feira, 13, que vai iniciar uma nova rodada do chamado relaxamento monetário quantitativo, em que a instituição emite moeda para comprar títulos em circulação no mercado.
O BC americano comunicou, ainda, que manterá a taxa básica de juros em patamar historicamente baixo até meados de 2015. A estimativa anterior para a manutenção dos juros próximo de zero era o fim de 2014. Hoje, a taxa varia entre 0% ao ano e 0,25%.
No programa de afrouxamento quantitativo, o Fed gastará US$ 40 bilhões por mês com a compra de ativos lastreados em hipotecas (MBS, na sigla em inglês), argumentando que a economia está fraca demais para reduzir o desemprego.
Os desembolsos podem aumentar. "Se a projeção para o mercado de trabalho não melhorar substancialmente, o Comitê (Federal de Mercado Aberto, o Fomc, na sigla em inglês) vai continuar sua compra de títulos lastreados em hipotecas, adotar novas compras de ativos e empregar outras ferramentas de política monetária, conforme apropriado, até que tal melhora seja atingida", disse a instituição, em comunicado.
O Fomc disse ainda que as compras vão se concentrar em títulos emitidos recentemente por agências do governo. O banco central pretende anunciar seu calendário de compras de títulos por volta do último dia de cada mês.
A autoridade monetária americana acrescentou que vai continuar com o programa Operação Twist, por meio do qual vende títulos de menor prazo que estão em sua carteira e compra papéis com vencimento mais longo, em uma tentativa de reduzir as taxas de juros de longo prazo.
Somando o afrouxamento quantitativo e a Operação Twist, o Fed vai adquirir US$ 85 bilhões em títulos de prazo mais longo por mês até o fim do ano, um aumento de US$ 45 bilhões mensais em relação os bônus comprados atualmente só com a Twist.
O Fed já comprou US$ 2 trilhões em títulos do Tesouro e papéis lastreados em hipotecas desde a crise financeira de 2008.
Em aparente esforço para demonstrar seu compromisso em estimular a recuperação da economia - e deixar claro para o público que não vai abandonar as novas políticas extraordinárias apressadamente - oFed disse que "a postura altamente acomodatícia da política monetária vai permanecer apropriada por um período considerável após a recuperação econômica se fortalecer".
Críticos do afrouxamento quantitativo argumentam que a medida eleva risco de inflação. No entanto, o BC americano considera que a flutuação dos preços está sob controle, apesar do encarecimento das commodities.
Veja a íntegra do comunicado divulgado pelo BC americano:
"Informações recebidas desde que o Comitê Federal de Mercado Aberto se reuniu, em agosto, sugerem que a atividade econômica continuou a se expandir a um ritmo moderado nos últimos meses. O crescimento do emprego tem sido lento e a taxa de desemprego permanece elevada. Os gastos do consumidor continuaram a avançar, mas o crescimento do investimento das empresas em ativos fixos parece ter desacelerado. O setor habitacional mostrou mais sinais de melhoras, mas a partir de um nível deprimido. A inflação tem estado contida, embora os preços de algumas commodities importantes tenham subido recentemente. As expectativas quanto à inflação no prazo mais longo permaneceram estáveis.
"Consistente com seu mandato estatutário, o Comitê busca fomentar o máximo emprego e a estabilidade dos preços. O Comitê está preocupado com que, sem acomodação monetária adicional, o crescimento econômico pode não ser suficientemente forte para gerar melhoras sustentadas nas condições do mercado de mão de obra. Além disso, tensões nos mercados financeiros globais continuam a apresentar riscos negativos significativos à perspectiva de crescimento. O Comitê também prevê que a inflação, no médio prazo, provavelmente ficará em sua meta de 2% ou abaixo dela.
"Para apoiar uma recuperação econômica mais forte e ajudar a assegurar que a inflação, ao longo do tempo, esteja à taxa mais consistente com seu mandato duplo. O Comitê concordou hoje em aumentar a acomodação da política com compras adicionais de títulos de agências lastreados em hipotecas ao ritmo de US$ 40 bilhões por mês. O Comitê também continuará, até o fim do ano, seu programa de alongar a maturação média de suas posições em títulos, como anunciado em junho, e está mantendo sua política existente de reinvestir os pagamentos do principal de suas posições em dívida das agências e em títulos de agências lastreados em hipotecas em títulos de agências lastreados em hipotecas. Essas ações, que juntas vão aumentar as posições do Comitê em títulos de prazos mais longos em cerca de US$ 85 bilhões a cada mês até o fim do ano, devem pressionar para baixo as taxas de juro de prazos mais longos, apoiar os mercados de hipotecas e ajudar a tornar mais acomodatícias as condições financeiras de um modo geral.
"O Comitê vai monitorar de perto as informações que chegarem nos próximos meses sobre os acontecimentos econômicos e financeiros. Se a perspectiva para o mercado de mão de obra não melhorar substancialmente, o Comitê continuará suas compras de títulos de agências lastreados em hipotecas, conduzir compras adicionais de ativos e empregar suas outras ferramentas de políticas, conforme apropriado, até que tal melhora seja alcançada num contexto de estabilidade dos preços. Ao determinar o tamanho, o ritmo e a composição de suas compras de ativos, o Comitê vai, como sempre, levar em conta de modo apropriado a eficácia e os custos prováveis de tais compras.
"Para apoiar o progresso contínuo na direção do máximo emprego e da estabilidade dos preços, o Comitê espera que uma posição altamente acomodatícia da política monetária vai continuar a ser apropriada por um período considerável de tempo depois de a recuperação econômica se fortalecer. Em particular, o Comitê também decidiu hoje manter a meta da taxa dos Federal Funds na faixa de 0% a 0,25% e atualmente prevê que os níveis excepcionalmente baixos para a taxa dos Federal Funds provavelmente serão justificáveis pelo menos até meados de 2015.
"Votaram a favor da medida de política monetária do Fomc: Ben S. Bernanke, chairman; William C. Dudley, vice-chairman; Elizabeth A. Duke; Dennis P. Lockhart; Sandra Pianalto; Jerome H. Powell; Sarah Bloom Raskin; Jeremy C. Stein; Daniel K. Tarullo; John C. Williams; e Janet L. Yellen. Votou contra: Jeffrey M. Lacker, que se opôs a compras adicionais de ativos e preferiria omitir a descrição do período de tempo no qual os níveis excepcionalmente baixos para a taxa dos Federal Funds provavelmente serão justificáveis."
(Com informações da Agência Estado e da Associated Press)

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