segunda-feira, 10 de setembro de 2012

MUNDO: Hollande vai aumentar impostos em € 20 bilhões


De OGLOBO.COM.BR
REUTERS


Presidente vai taxar os mais ricos em 75% e promete cortes de € 10 bi
PARIS - O presidente da França, François Hollande, admitiu ontem, em entrevista transmitida pelo emissora francesa TF1, que o governo necessita de ajuste de cerca de € 30 bilhões para acertar o Orçamento 2013 — o que implicará aumento de impostos em € 20 bilhões e mais € 10 bilhões em corte de gastos.
O presidente explicou que dos € 30 bilhões necessários para equilibrar o orçamento, “€ 10 bilhões vêm de casa, outros € 10 bilhões das grandes empresas e mais € 10 bilhões do Orçamento do Estado”. Serão reduzidos orçamentos dos ministérios, sendo poupados os de Educação, Segurança e Justiça, e atenuados os benefícios fiscais concedidos a grandes empresas. Alguns analistas já consideram o corte ineficiente, dado que a projeção de crescimento do país foi reduzido para 2013.
O primeiro presidente socialista na França em 17 anos também prometeu continuar com o polêmico plano que inclui um imposto de 75% para os cidadãos com receita superior a € 1 milhão por ano.
— Isso vai durar o tempo de recuperação, dois anos normalmente. E não haverá exceções: duas mil a três mil pessoas serão afetadas — garantiu ele.
Ele acrescentou também que a previsão de crescimento para 2013, de 1,2%, não é mais realista. E, por isso, espera que o governo passe a trabalhar com uma expansão de 0,8% no ano que vem.
Uma expansão que também vai exigir que o país passe pelo maior esforço orçamentário das últimas décadas — que, a exemplo do que acontece com os países vizinhos, exigirá medidas de austeridade fiscal.
— O crescimento deve ser abaixo de 1%, mais próximo de 0,8% em 2013 — projeta Hollande, para quem a desaceleração econômica veio mais forte do que o esperado.
Promessa de diminuir desemprego
Em meio a uma queda de popularidade no país, o presidente falou durante cerca de 25 minutos. Durante a entrevista, defendeu-se de acusações sobre sua lentidão em resolver os efeitos da crise na França e ainda prometeu gerar empregos no país.
— Vou fazer, em quatro meses, o que os meus antecessores fizeram em cinco ou dez anos — afirmou.
As declarações de Hollande foram dadas um dia após o principal acionista da Louis Vuitton ter anunciado, por questões de negócios, ter pedido cidadania belga. Para Hollande, a decisão de Bernard Arnault não tem relação com essa taxação.
As medidas são necessárias para cumprir as metas de redução do déficit orçamentário do país para 3% do Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano, ante 4,5% em 2012, e para dar mais garantias aos investidores.
Popularidade do presidente em queda
Hollande enfrenta queda de confiança no país e duras críticas de que está agindo muito lentamente para sanar os problemas da França.
Segundo o “Journal du Dimanche”, 48% dos franceses estimam que Hollande cumpre com as promessas que fez durante a campanha eleitoral. Trata-se de uma queda frente aos 57% que pensavam o mesmo em agosto.
Outra pauta polêmica — os benefícios de proteção social e aposentadorias — também foi abordado na entrevista.
— O salário não deve ser a única base de aplicação para financiar a aposentadoria. Até o fim do ano, medidas devem ser adotadas para ampliar a competitividade —disse Hollande, que admitiu taxar emissões de carbono.

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