quinta-feira, 1 de setembro de 2011

ECONOMIA: Orçamento: criticado pela oposição e até por aliados

Do blog do NOBLAT

Adriana Vasconcelos e Gerson Camarotti, O Globo


Parlamentares da base não disfarçam constrangimento com anúncio de Miriam
Ao antecipar a possibilidade de o governo contingenciar R$ 25,6 bilhões da proposta orçamentária de 2012 encaminhada ontem ao Congresso, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, pode ter comprado uma briga fora de hora com os parlamentares. Ela acabou reforçando a ideia no Congresso de que o projeto seria uma peça de ficção.
Representantes da base governista não conseguiram disfarçar o constrangimento com o excesso de sinceridade da ministra, que também alimentou as críticas da oposição à proposta.
A sinalização de que o aperto fiscal continua no próximo ano foi dada para tranquilizar o mercado, já que a meta de superávit primário teria de ser bem maior para manter o percentual deste ano. Mas, ao mesmo tempo, houve forte desconforto no Congresso, já que esse corte, como sempre, deve atingir diretamente as emendas parlamentares.
Para evitar reação ainda maior, o PT tentou amenizar o desgaste junto à base aliada. O líder do PT, senador Humberto Costa (PE), chegou a argumentar que parte do esforço pode ser conseguido com redução dos juros.
— Pode acontecer a mesma coisa que aconteceu este ano: tivemos excesso de arrecadação, e parte disso vai para o superávit primário. Não está fechado que o superávit será conseguido só por corte. A presidente não vai adotar o caminho da recessão para enfrentar a crise. Por isso, um dos objetivos é baixar os juros — disse Humberto Costa.
Nos bastidores, um líder da base governista não se conteve e criticou Miriam Belchior:
— A pessoa que fala em contingenciamento, antes mesmo da aprovação da proposta orçamentária, pisa na bola.
Já a oposição criticou duramente o anúncio.
— Isso só reforça que estamos diante de um Orçamento fictício, que a proposta encaminhada pelo governo ao Congresso não corresponde à realidade — disparou o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP).
— É uma pantomima, uma lorota essa peça orçamentária. O que o Executivo tinha de fazer era cortar despesas, começando pela redução do número de ministérios — emendou o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE).
O líder do DEM, senador ACM Neto (BA), também classificou o Orçamento como "peça de ficção". E avisa que haverá modificações no Congresso:
— Infelizmente, a peça orçamentária já é uma ficção e será completamente modificada no próprio Congresso. Esse texto foi apresentado com o objetivo de ser alterado.

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