segunda-feira, 25 de julho de 2011

POLÍTICA: Diretor-geral do Dnit vai entregar nesta segunda-feira sua carta de demissão, sem atacar o governo

De O GLOBO

Gerson Camarotti (gcamarotti@bsb.oglobo.com.br)

BRASÍLIA - Mais de 20 dias após o início da crise que provocou a faxina no Ministério dos Transportes, o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot, entregará nesta segunda-feira sua carta de demissão ao novo ministro da pasta, Paulo Sérgio Passos. A notícia tranquilizou no domingo o Palácio do Planalto, que temia que Pagot deixasse o governo atirando. Com essa demissão, o Dnit fica agora com apenas três de seus sete diretores, todos ligados ao PR. Esses três últimos devem ser substituídos em agosto.
Na sexta-feira, Pagot ainda resistia em deixar o cargo e lembrava ao Planalto sua dedicação e participação como arrecadador de campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010, como revelou O GLOBO no sábado. Mas, no fim de semana, ele foi acalmado por emissários do governo e finalmente convencido pelo seu padrinho político, o senador Blairo Maggi (PR-MT), de que não tinha mais como ficar.
Ontem, após conversar com Pagot, Blairo confirmou ao GLOBO que a carta de demissão será entregue hoje. Blairo reconheceu que, independentemente da capacitação técnica, não havia mais condições políticas de Pagot continuar no cargo. E revelou que aconselhou o diretor-geral do Dnit "a não criar confusão". Setores do PR incentivavam Pagot a fazer ameaças ao governo.
- Pagot vai entregar a carta nesta segunda. Falei para ele não ficar preocupado: "Vamos tocar a vida para a frente. Política é assim mesmo. Entrega suas coisas e volta para a iniciativa privada." Fiz a recomendação para ele não ficar buscando mais confusão. Até porque confusão não leva a nada. Ele tem dois caminhos: me seguir ou seguir o partido - disse Blairo. - As condições políticas para permanecer no cargo não existem mais. Vamos deixar livre a presidente Dilma. O PR não tem que reivindicar nada.
Para evitar o seu afastamento, determinado por Dilma assim que surgiram as primeiras denúncias de corrupção no Dnit, em 2 de julho, Pagot entrou de férias, com o acerto informal de só retornar em 4 de agosto. Mas o período oficial de férias dele terminou na última sexta-feira. Para facilitar a saída de Pagot, o Planalto obteve antes o pedido de demissão do petista Hideraldo Caron da diretoria de Infraestrutura Rodoviária do Dnit.

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