terça-feira, 26 de julho de 2011

ECONOMIA: Inflação e crescimento : como acomodar

Do POLÍTICA & ECONOMIA NA REAL


Dilma não poderia ter sido mais explícita nas conversas que teve com um grupo de jornalistas na sexta-feira: não haverá combate à inflação com sacrifício do PIB (ela chamou "crescimento zero"). Com isso, confirma-se o que escrevemos mais de uma vez neste espaço e muitos analistas já punham em suas contas: nem em 2012 o BC chegará à meta de inflação de 4,5%. Ficará para 2013. Isto explica também o comunicado lacônico do Copom. Após o último aumento da Selic, na semana passada, de 0,25%. E pode ser lido na entrevista concedida por Marcio Holland, secretário de Política Econômica ao "Estadão", ao defender que a inflação no Brasil tem ainda forte componente externo. Se tem, o que se pode fazer por aqui é pouco. Entre os especialistas não oficiais, a dúvida é como acomodar o crescimento que a presidente quer - não menos de 4% - com inflação mais ou menos obediente. É desafio para mágico.

Um amparo
Por isso, não devem os empresários esperar grande esforço do BC e da Fazenda para melhorar o câmbio. O dólar faz parte do arsenal de combate à elevação de preços. A aposta do governo para ajudar a indústria nacional, cada vez menos competitiva, é o plano de incentivos que Dilma promete anunciar hoje. Sem grandes ilusões: incentivos que signifiquem perdas pesadas de receita ficarão para outra ocasião.

A cota da Petrobras
A Petrobras, como se noticiou, foi obrigada a manter seu plano de investimentos 2011/15, depois de pesadas discussões com o ministério da Fazenda, praticamente no mesmo nível do programa 2010/14, com um aumento de menos de 0,5%. Esta foi a contribuição que a estatal terá de dar à política antiinflacionária: para investir mais teria de reajustar os combustíveis, artificialmente controlados há algum tempo. Nesta área, para o governo basta a pressão do etanol, que nem na safra está se comportando.

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